Aos mais atentos não é difícil perceber que passamos por momentos difíceis e delicados, não apenas em termos ambientais como também em termos humanitários. No entanto, não são poucos que se sentem confortáveis e seguros no papel de eco-céticos, ora negando a crise ambiental, ora ‘duvidando’ do aquecimento global e, muitas vezes, até fazendo de conta que a grave crise alimentar que assolou o planeta entre 2007 e 2008 não aconteceu e não acontece.
É fácil ser cético porque basta negar e nada mais. Quem nega nada precisa provar ou demonstrar. A simples negativa se justifica por si mesma. Simples assim. Ao contrário, os mais de 2500 pesquisadores do IPCC e mais de 500 trabalhos científicos publicados nos últimos dois anos demonstram à exaustão os fatos comprováveis do aquecimento global e das mudanças climáticas.
A fome no mundo é um fato, amplamente demonstrado pela FAO e por outros incontáveis pesquisadores e relatórios ao redor do planeta. E a crise alimentar, iniciada em 2007, ainda se faz presente, atingindo 1 bilhão de pessoas em todo mundo ou, para quem gosta de percentuais, 15% da população mundial.
Mas, nem por isto, muitos deixam de negar a crise alimentar ou, quando muito minimiza-la. Talvez porque a fome do outro não doa em quem não a sente ou porque talvez não esteja faltando comida no supermercado da esquina. Pelo menos não para quem pode pagar. Aos que acham que tudo isto é bobagem sugerimos que acessem as nossas tags “crise alimentar”, “aquecimento global”, “mudanças climáticas” e “pesquisa” .
As fontes de informação, descritas nas tags citadas, são mais do que suficientes para oferecer uma detalhada visão destas crises, que se agravam a cada dia. Os infográficos, ao final do texto, também podem ajudar. Não que faça alguma diferença, porque os eco-céticos já acharam o seu ‘nicho’, na confortável opção pelo comodismo e pela alienação.
(Por Henrique Cortez, EcoDebate, 20/10/2009)