Bayer demitiu uma trabalhadora com doença ocupacional, mesmo após 10 anos de excelentes serviços prestados à empresa. Com dores nas articulações, a trabalhadora procurou o Departamento Médico da empresa, que ignorou as queixas. A médica do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Plásticas de São Paulo e Região, dra. Margarida Barreto, constatou a doença em 26 de maio e solicitou afastamento por 15 dias, além de pedir à empresa que emitisse o CAT (Comunicado de Acidente do Trabalho).
Ao informar na empresa que esteve no Sindicato, a trabalhadora foi repreendida, mas em seguida ficou afastada por dois meses, recebendo como se estivesse trabalhando. Com esse período de repouso foi possível que, na sua volta, a doença fosse minimizada e a empresa aproveitou para demitir a funcionária. Qualquer afastamento por mais 15 dias deve ser informado ao INSS.
O que parecia ser uma bondade praticada pela em presa, na verdade era um recurso para não pagar uma alíquota maior do SAT (Seguro Acidente do Trabalho). Quanto maior o número de trabalhadores afastados, maior é o valor que a empresa paga ao INSS. Assim, a empresa entendeu que é mais fácil demitir pura e simplesmente a trabalhadora.
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Plásticas de São Paulo e Região prepara processo judicial para o caso e alerta para que todos os trabalhadores não aceitem ficar afastados sem comunicar ao INSS, o exemplo da companheira mostra o motivo de tanta bondade.
(Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Plásticas de São Paulo e Região / CUT, 19/10/2009)