Até 15 de outubro, Caxias do Sul registrou 76 casos confirmados da doença, que tende a voltar entre gaúchos Caxias do Sul – Tem álcool gel? A pergunta, tão corriqueira nos meses de julho, agosto e setembro, quando a pandemia de gripe A atingiu o Rio Grande do Sul com mais força, hoje raramente é ouvida nas farmácias de Caxias do Sul. Uma pesquisa feita pelo Pioneiro em estabelecimentos do Centro confirmou o que as autoridades médicas já constataram: a população não está mais atenta aos cuidados com a higiene na prevenção contra o vírus H1N1.
No auge da epidemia, em uma farmácia vizinha ao Hospital Pompéia, por exemplo, saíam em torno de 2 mil frascos do produto por semana, além de luvas, máscaras e lenços descartáveis. Hoje, segundo a gerente Viviane Martini, não são vendidos mais que um ou dois tubos de álcool gel no mesmo período.
– As pessoas vinham comprar medicamento antigripal e já levavam o produto para higienização. Agora, ninguém mais está preocupado. Dia desses vendi uma máscara para uma pessoa que ia visitar um doente no hospital. Todo mundo deveria ser assim, tomar cuidados com a sua saúde e a dos outros – afirma Viviane.
A balconista Jaqueline Polita, que trabalha em uma farmácia próxima ao Pronto-Atendimento 24 Horas, diz que o produto até deixou de ficar exposto sobre as prateleiras por causa da pouca saída.
– Ninguém mais fala sobre o assunto, então, as pessoas acham que não é necessário mais se prevenir – avalia.
A infectologista Lessandra Michelim, coordenadora do controle de infecção e do serviço de infectologia do Hospital Geral (HG), alerta que a população não pode deixar de observar cuidados básicos como lavagem de mãos e proteger a boca ao tossir ou espirrar.
– É só sair nas ruas e ver que as pessoas estão espirrando, colocam a mão na boca e depois levam até maçanetas e corrimões – revela.
De acordo com Lessandra, houve um sensível aumento nos casos de síndrome gripal, principalmente entre funcionários de empresas, a partir do dia 10 de outubro. No entanto, não há nenhum novo caso de gripe A confirmado em Caxias. Material coletado de três pacientes internados no HG foi enviado ao laboratório Central, em Porto Alegre, para análise. A medida, afirma Lessandra, é apenas para verificar se o vírus voltou a circular, já que os pacientes são avaliados e, se necessário, recebem a medicação indicada.
– Estamos monitorando tudo, portanto não há motivo para alarme. No entanto, sabemos que o vírus da gripe A continuará a circular e não apenas no inverno. Daí a importância da prevenção – destaca.
Segundo um balanço da Coordenadoria de Vigilância em Saúde, ligada à Secretaria Municipal de Saúde, até 15 de outubro foram confirmados 76 casos de contágio pelo H1N1, com 12 mortes. Ainda estão pendentes, segundo a secretaria, os resultados de 81 exames.
(O Pioneiro, 21/10/2009)