Uma operação para remover 23 famílias do assentamento Viamão, próximo à localidade de Águas Claras, entra hoje (21/10) no segundo dia. Ontem, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) fez as primeiras 10 desocupações. Apesar da reclamação dos agricultores, a saída ocorreu de forma pacífica.
Segundo o Incra, os beneficiários perderam a terra por motivos como o porte ilegal de arma, compra e venda de lotes, cárcere privado de servidor, além do plantio irregular de arroz.
O problema estava no uso de agrotóxico, prática proibida por uma determinação que exige o cultivo exclusivo de produtos orgânicos, devido à proximidade com a Bacia do Rio Gravataí.
O argumento é contestado por assentados como Altamir Borges Martins, 34 anos, despejado ao lado da mulher e de dois filhos.
– Chegaram dizendo que nosso plantio é irregular e nos acusando de venda de terra. Não é verdade. Tenho o laudo aqui. Não quiseram nem ver – reclama o agricultor.
De acordo com a assessoria de imprensa do Incra, parte das famílias buscou abrigo na casa de amigos e parentes. Para aqueles que não têm onde deixar materiais ou mesmo animais, o órgão ofereceu uma área em Encruzilhada do Sul. A reintegração de posse ocorre com o apoio da Brigada Militar, a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. Ao todo, 200 policiais participaram da ação.
(Zero Hora, 21/10/2009)