No Parque Nacional de Yellowstone, os copos de refrigerante e utensílios não são típicos materiais descartáveis. Feitos de plástico orgânico, eles dissolvem quando aquecido por alguns minutos.
No Ecco, um restaurante popular em Atlanta, os garçons já não jogam os restos de comida no lixo. Qualquer alimento deixado no prato é esvaziado em grandes baldes que são levados para a decomposição orgânica na parte de trás do prédio. E em oito de suas fábricas norte-americanas, a Honda está reciclando tão diligentemente que os prédio conseguiram se livrar de suas lixeiras.
Por toda a América, uma estratégia anti-desperdício conhecida como "lixo zero" tem saído das sombras e atingido toda a população, tomando conta de lanchonetes, parques nacionais, restaurantes, estádios e corporações.
O movimento tem um conceito simples ainda que sua execução seja mais complicada:
* Produza menos lixo
* Evite recipientes de espuma de polistireno ou qualquer embalagem que não seja biodegradável
* Recicle ou decomponha tudo que você puder
Embora nascida de um idealismo, a filosofia "lixo zero" é impulsionada por uma realidade cada vez mais difícil, como a de conseguir licença para novos aterros e a consciência de que a decadência orgânica nestes locais libera metano, o que ajuda a esquentar a atmosfera terrestre.
Os americanos ainda são os campeões da produção de lixo, gerando dois quilos por dia por pessoa, de acordo com os números mais recentes da EPA (Agência de Proteção Ambiental). Mais da metade deste lixo acaba em aterros sanitários ou é incinerada.
Além da dificuldade de persuadir os moradores e comércios a separar seu lixo, muitas cidades e municipalidades demonstram pouca disposição em fazer os investimentos necessários em máquinas, como as existentes para a decomposição orgânica que pode processar restos de comida.
Mas as atitudes estão mudando. São Francisco e Seattle adotaram planos para a prática da política "lixo zero" e têm coletado restos de alimentos em áreas residenciais para a decomposição orgânica.
Os restos de comida, que a EPA diz representar 13% do total do lixo produzido nos Estados Unidos - e muito mais quando não se considera o material reciclável no total - são a próxima grande barreira a ser rompida. Quando restos de maçã, pão e sobras vão parar em aterros sanitários, estes materiais não retornam os nutrientes que retiraram do solo quando foram cultivados.
Lacrados em aterros sanitários sem oxigênio, os materiais orgânicos emitem metano ao se decompor. Porém, se forem decompostos organicamente, os alimentos podem ser usados como fertilizantes não químicos sem nenhuma emissão de metano.
(The New York Times / Último Segundo, 20/10/2009)