Enquanto os gaúchos sonham em produzir etanol em escala comercial, o Ministério da Agricultura corre atrás para reorganizar o mapeamento agrícola da cana-de-açúcar no Rio Grande do Sul. Em seminário na Capital, nesta segunda-feira (19/10), o coordenador de Agroenergia do Ministério da Agricultura, Cid Caldas, acalmou o segmento garantindo que critérios estão sendo revistos e que a reinclusão de cidades que ficaram de fora da nova lista deve ocorrer até o final do ano.
Lançando em setembro, o zoneamento agroecológico nacional da cana-de-açúcar excluiu 87 dos 216 municípios do Estado que estavam no zoneamento agroclimático. As informações desencontradas sobre a área indicada para o plantio da cana-de-açúcar do Rio Grande do Sul deixaram produtores e lideranças do setor confusos em relação ao futuro do cultivo.
– Cid Caldas garantiu que grande parte das cidades, ou mesmo todas que ficaram de fora, serão reincluídas. Além disso, poderemos ter outros municípios na lista – destacou o deputado Heitor Schuch (PSB), presidente da Comissão de Economia e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa, no 2º Seminário de Cana-de-açúcar, Álcool e Etanol.
O evento foi encerrado com um manifesto, que será encaminhado ao governo federal, pedindo a inclusão dos 87 municípios gaúchos.
Financiamento pelo Pronaf está entre reivindicações
Dos 35 mil hectares plantados com cana-de-açúcar no Estado, apenas 2,5 mil hectares são destinados ao etanol. Produção que corresponde a menos de 2% do que é consumido pelos gaúchos. Com o zoneamento, a expectativa é de que a área aumente para 1,5 milhão de hectares.
– Hoje, temos 270 produtores envolvidos com a produção do etanol, que deve chegar a apenas 3 milhões de litros este ano. Nosso projeto é alcançar uma capacidade de produção de mais de 20 milhões de litros de etanol em 2011 – afirma Gildo Bratz, presidente da Cooperativa dos Produtores de Cana de Porto Xavier (Coopercana), atualmente a única usina produtora de etanol no Rio Grande do Sul.
Durante o seminário também foram apontadas as necessidades de criação de uma linha específica dentro do Pronaf para financiar a produção de cana na pequena propriedade, além de um programa de fomento ao setor, para atender demandas, como a questão da mecanização da lavoura em áreas menores.
(Zero Hora, 20/10/2009)