O II Seminário de Cana-de-açúcar, álcool e etanol foi encerrado na tarde de hoje (19/10) com um manifesto pedindo a inclusão de 87 municípios gaúchos no Zoneamento Agroecológico Nacional da Cana-de-açúcar. Mais de 400 pessoas, entre produtores, prefeitos, vereadores, técnicos e lideranças do setor assinaram o abaixo-assinado, que será encaminhado ao governo federal. O presidente da Comissão de Economia e Desenvolvimento Sustentável da Assembléia Legislativa, deputado Heitor Schuch (PSB) explica que esses municípios constavam do zoneamento agroclimático para o Rio Grande do Sul, lançado no início do ano, mas desapareceram do agroecológico, que vai nortear as políticas de financiamento para o setor. “Se ficarem de fora, essas localidades até poderão plantar cana, mas não terão acesso a crédito oficial para industrialização do produto, com vistas à produção de etanol”.
O coordenador de Agroenergia do Ministério da Agricultura, Cid Caldas, garantiu que os critérios estão sendo revistos e os casos analisados individualmente. A previsão é de que até o final do ano grande parte – senão todos – dos municípios seja reincluído no zoneamento. Entre as conclusões do seminário também foi apontada a necessidade de criação de uma linha específica dentro do Pronaf para financiar a produção de cana na pequena propriedade e também um programa de fomento ao setor, para atender demandas como a questão da mecanização da lavoura em áreas menores.
Para Schuch, o desafio é desenvolver modelos de produção de cana no Rio Grande do Sul que insiram os agricultores familiares na produção do álcool combustível, diferentemente de outros Estados, como São Paulo, onde os canaviais encontram-se basicamente nas grandes propriedades. “A tendência é que predomine aqui a produção cooperativada ou associativa. A questão é organizar a cadeia produtiva viabilizar o plantio em escala comercial”.
O parlamentar destaca o potencial de mercado: hoje o consumo gaúcho de 1,3 bilhão de litros por ano é abastecido pelo etanol paulista. Com a inauguração da fábrica de polímero verde da Braskem, em 2010, a previsão é de que a demanda aumente em mais 1,5 bilhão de litros anuais. “São valiosas divisas e milhares de empregos que estamos transferindo para outros Estados”, sintetiza Schuch.
(Ascom AL-RS, 19/10/2009)