(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
hidrelétrica de belo monte odebrecht
2009-10-19

O Tesouro Nacional poderá garantir os riscos ambientais, geológicos, de força maior e de atos de governo na construção da usina hidrelétrica de Belo Monte.  A reivindicação foi lançada pelos empreendedores interessados no projeto e a Casa Civil tem intermediado as negociações entre os diversos agentes envolvidos.  Alguns administradores importantes da Casa Civil e do BNDES gostam dessa ideia pois, com o governo assumindo esse risco, a concorrência no leilão estaria garantida.

Basicamente a proposta é que o Tesouro faça um empréstimo ao BNDES com condições estabelecidas em contrato que reflitam a assunção do risco pelo governo.  O BNDES, por sua vez, replicaria estas condições à concessionária que estiver à frente de Belo Monte.  Desse modo, o banco estaria com sua exposição neutralizada e os investidores isentos de assumir riscos como, por exemplo, uma decisão judicial que paralise as obras por questões de licenciamento ambiental.  Esta é uma das hipóteses.

Há preocupação também, por parte dos investidores, com a própria questão indígena, muito forte naquela parte do Pará onde a usina hidrelétrica será construída.  Mais preocupante ainda são os riscos geológicos do projeto, já que terão der ser feitas escavações gigantescas para viabilizar o desvio do rio.  Isso porque a usina não terá reservatório por motivos de ordem ambientais.  Se alguns destes riscos se concretizar, o prejuízo para os investidores seria muito grande.

Um dos grupos que mais ativamente usa sua influência para defender essa questão frente ao governo é a Odebrecht.  E a pressão não começou agora, por causa de Belo Monte.  Já para os leilões das usinas do Madeira - Santo Antônio e Jirau, quando a empresa decidiu atuar não só como construtora mas também como investidora - os executivos da empresa argumentaram com o governo de que ele deveria assumir que obras de infraestrutura são "projetos de Estado" e que, portanto, é o governo que tem que assumir riscos que fogem ao controle dos empreendedores.

O presidente da Odebrecht Investimentos em Infraestrutura, Felipe Montoro Jens, afirma que não se pode exigir de investidores privados que assumam um projeto que pode quebrar a empresa por riscos que não são gerenciáveis por ela.  "Se o projeto tiver qualquer problema, os financiadores saem imediatamente do projeto", diz Jens.

Isso ocorre porque há cláusulas nos contratos que preveem a antecipação do pagamento de dívida em determinadas circunstâncias.  Se as obras param, por exemplo, sem previsão de retomada, essa antecipação pode ser exigida.  Caso o Tesouro garanta esse empréstimo, seria dada uma espécie de "waiver" (perdão) para os empreendedores quando houver motivo de força maior.  Seria até mesmo possível renegociar o cronograma de pagamentos dos empréstimos.

Em Belo Monte, esse temor se justificaria pelos valores envolvidos.  Seja nas contas do governo, que diz que o investimento será de R$ 16 bilhões, seja nas contas das empreiteiras, que dizem que será de R$ 30 bilhões, o empréstimo para Belo Monte será o maior a ser concedido pelo BNDES em toda a sua história.  Se a obra por algum motivo não puder ser levada adiante, alguém tem que pagar por este prejuízo.

Pelas condições de financiamento propostas pelo BNDES para Belo Monte, pelo menos 50% do empréstimo terá que ser garantido pelos sócios do empreendimento.  Isso significa que serão responsáveis por eventual inadimplência.

Apesar de agradar alguns integrantes do governo federal, existe uma preocupação em como o Tribunal de Contas da União (TCU) veria essa questão.  Os investidores defendem que o governo use desse dispositivo para garantir a modicidade tarifária.

(Valor Econômico / Amazonia.org.br, 16/10/2009)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -