Testemunha de enxurradas avassaladoras, ciclones extratropicais intensos e secas constantes, o Rio Grande do Sul se transforma agora em palco para um debate mundial sobre como os eventos climáticos extremos prejudicam o dia a dia das pessoas. Desde este domingo (18/10), até quarta-feira, especialistas se reúnem em Canela para o 3º Simpósio Internacional de Climatologia (SIC). Um dos objetivos será o de encontrar formas para conscientizar a sociedade sobre os problemas impostos pelo aquecimento global e como reduzir os efeitos.
A ideia é tirar o conhecimento meteorológico das rodas de discussão técnica e encontrar um meio de traduzi-lo para pessoas comuns, como construtores, agricultores, estudantes, administradores públicos e políticos.
– Afinal, as consequências de cheias e secas são mais sentidas por municípios, comunidades e moradores. Enquanto o mundo debate sobre o problema, os impactos afligem muitas pessoas. Por isso, todos precisam conhecer mais sobre as questões do clima e dos eventos extremos, que devem ficar cada vez mais comuns – afirma Ana Cruzat, secretária-executiva do Fórum Gaúcho de Mudanças Climáticas (FGMC) da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema).
A preocupação dos organizadores inclui elaborar estratégias de como a população e os governos podem se planejar para enfrentar a intensificação dos eventos extremos no futuro. Uma das alternativas para se proteger dos humores do tempo é orientar os municípios na elaboração de planos diretores. A ideia é que os centros urbanos cresçam de forma mais ordenada, considerando as ações do clima no projeto das construções.
– O simpósio servirá para conscientização da sociedade e ajudará a frear o aquecimento global – ressalta Nelson Ferreira, presidente da Sociedade Brasileira de Meteorologia, um dos organizadores do evento.
Para reduzir o efeito estufa, os participantes do simpósio recomendam cuidados ambientais simples.
– A conscientização é importante, ainda mais no sul do Brasil. Está será uma área impactada pelas mudanças climáticas – alerta Lincoln Alves, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Pauta do simpósio
Alguns temas em discussão
- As chuvas e enchentes em Santa Catarina, em novembro de 2008
- O papel das empresas na redução das mudanças climáticas
- Previsão de extremos climáticos, como tornados e secas
- Projeções desses extremos no futuro
- Estudos de detecção de mudanças climáticas e suas causas na América do Sul
O que você pode fazer para salvar o planeta
- Intensifique a reciclagem de produtos
- Dê preferência para equipamentos com baixo consumo de energia
- Gaste menos combustível, use mais o transporte público ou, se possível, vá a pé ou de bicicleta
O que os governos podem fazer para salvar o planeta
- Melhorar o transporte público
- Criar ciclovias nas cidades e incentivar o uso de bicicletas
- Investir em saneamento básico para reduzir a poluição das águas
(Zero Hora, 19/10/2009)