Al Gore muito raramente responde a questionamentos de jornalistas ou concede entrevistas, mas falou à imprensa na Conferência Anual da Sociedade dos Jornalistas Ambientais dos Estados Unidos, em Madison, Wisconsin, realizada entre 7 e 11 de outubro. E foi obrigado a responder uma pergunta “inconveniente” aos seus interesses sobre o seu premiado documentário Uma Verdade Inconveniente.

O jornalista irlandês Phelim McAler perguntou a Gore sobre o veredicto da justiça britânico que apontou uma série de erros em seu filme e questionou se estaria disposto a corrigi-los. O vencedor do Nobel da Paz e do Oscar enrolou, mas não respondeu. Se limitou a dizer que a decisão do Judiciário britânico foi favorável ao filme, o que é objeto de controvérsia.

A "saia justa" para o maior porta-voz da tese do aquecimento antropogênico só não foi maior porque a organização tirou o microfone do jornalista irlandês. A cena acabou sendo destaque nos programas dos principais canais de notícia dos Estados Unidos, notadamente naqueles com apresentadores republicanos.

O autor da pergunta inconveniente para Gore lança neste domingo um documentário intitulado “Not Evil Just Wrong” (Não perverso, apenas errado), um trabalho que os autores definem como uma “prova que as únicas ameaças de Al Gore e seus aliados do extremismo ambientalista para o mundo são a ciência falha e a retórica de que o céu cairá sobre as nossas cabeças”.

O documentário alerta os norte-americanos de que os seus empregos, seus estilos de vida ‘modestos’ e os sonhos para seus filhos estão em jogo por conta das mudanças propostas na economia por aqueles que defendem as teses apocalípticas de Gore.

Neste momento tramita no Congresso dos Estados Unidos o polêmico projeto de redução de gases de efeito estufa conhecido como “cap and trade” e que, segundo os críticos, fará os americanos pagarem muito mais por energia. 

(Por Alexandre Aguiar, Correio do Povo, 18/10/2009)