Comissão Pastoral da Terra (CPT) vê motivações eleitoreiras na caravana do presidente Lula às obras de transposição do rio São Francisco. Este que é um dos principais movimentos de oposição ao projeto fala sobre alternativas.
Acompanhado da pré-candidata a presidência Dilma Russef (Casa Civil - PT) e do deputado Ciro Gomes (PSB-CE), Lula percorreu nesta quarta (14/10) alguns trechos das obras realizadas em Minas Gerais, Bahia e Pernambuco. A transposição é a maior obra do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) no qual serão investidos cerca de R$ 6 bilhões até 2012.
Para Ruben Siqueira, coordenador do projeto São Francisco da CPT, os grandes beneficiários com a transposição serão as empreiteiras e demais empresas de consultoria e siderúrgicas. De acordo com ele, a transposição também traz enormes impactos tanto ambientais quanto econômicos. É exemplo, o aumento no custo da água para a população. Siqueira também explica que grandes projetos como a transposição colaboram para a degradação do solo e o desaparecimento da vegetação.
Para Ruben, o grande problema da obra no Velho Chico é a concentração da água. Enquanto, ao contrário, na região do semi-árido a água deve ser destribuída. “A população é difusa e por isso tem que ser atendida onde está, não deve ser deslocada para uma oferta concentrada de água, isso é desenvolvimento sustentável”, defende Ruben.
No nordeste setentrional já existem iniciativas alternativas de revitalização do rio. Ruben cita como exemplo a Articulação do Semi-Árido (ASA) que desenvolve ações de desenvolvimento sustentável para a região. A ASA busca alternativas para convivência com o clima semi-árido do sertão.
(Pulsar Brasil, 15/10/2009)