Especialista britânico diz que demora em aprovação de lei nos EUA pode causar atraso na fixação de metas
As conversações internacionais sobre a mudança climática poderão precisar de uma prorrogação até o próximo ano para que os países concordem em cortes de emissão de CO2 para 2020, já que as novas leis dos Estados Unidos sobre a questão provavelmente não estarão em vigor a tempo para a conferência da ONU marcada para dezembro em Copenhague, dizem especialistas.
O acordo que surgirá da cúpula de 190 países prevista para o período de 7 a 18 de dezembro na capital da Dinamarca poderá tratar do financiamento dos países pobres para que combatam o aquecimento global, da transferência de tecnologias e do arcabouço institucional, mas a meta crucial de fixar os limites de emissão de gases causadores do efeito estufa para cada país poderá fica de fora.
"Pode ser necessária uma prorrogação", disse Nick Mabey, do grupo de estudos E3G de Londres, sugerindo abril de 2010 como o prazo final para o acordo de metas de emissão.
"Pode-se cuidar dos detalhes institucionais depois disso, mas não do acordo fundamental, senão vai começar a parecer Doha", disse ele, referindo-se às conversações sobre o comércio internacional, que estão em marcha lenta. "Só se pode ter prorrogação se os torcedores continuarem no estádio".
Um projeto de lei que limita as emissões de CO2 nos EUA deverá passar por várias comissões até dezembro, mas não chegar ao plenário ainda este ano, dizem especialistas. E depois da aprovação no Senado, o texto precisará ser ajustado de acordo com a versão votada na Câmara.
Mabey diz que muitos países podem decidir esperar o resultado da votação nso EUA antes de assumirem compromissos de cortes de CO2. Estados Unidos e China são os maiores emissores de gases causadores do efeito estufa.
(Alister Doyle, Reuters / Estadao.com.br, 15/10/2009)