A tartaruga encontrada no Litoral no início deste mês foi monitorada, há quatro meses, por especialistas do Parque Nacional de Santa Teresa, em Rocha, no Uruguai. A confirmação de que o animal, achado por pescadores em Mostardas, foi anilhado no país vizinho foi recebida ontem por técnicos do Centro de Estudos Costeiros, Limnológicos e Marinhos (Ceclimar).
Até a internet esclarecer a questão, especulações sobre a origem do animal não faltaram. A anilha que estava no réptil pertencia a um instituto da Flórida, nos Estados Unidos, o que gerou um mistério. De onde teria vindo o animal?
– Chegamos a pensar que a tartaruga tivesse vindo dos Estados Unidos. Mandei e-mail para o centro de pesquisa na Flórida, e eles me responderam que são fornecedores para diversos países. Somente agora tivemos a certeza de que ela veio do Uruguai – explica Cariane Campos Trigo, bióloga do Ceclimar.
Popularmente conhecida como tartaruga-verde, o réptil, da espécie Chelonia mydas, tinha 35 centímetros de casco e 3,9 quilos e foi encaminhado ao Ceclimar no início de outubro. Após identificado um problema no olho esquerdo, a tartaruga foi transferida para o Hospital de Clínicas Veterinárias da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), para a avaliação de um especialista.
A veterinária Paula Stieven Hünning, mestranda em oftalmologia, realizou uma série de exames na tartaruga e constatou que ela tem uma lesão de córnea:
– Estamos administrando um colírio antibiótico a cada duas horas. Na semana que vem, ela deve passar por uma cirurgia para remoção do olho. É provável que ela fique bem e seja reintroduzida ao ambiente – afirma.
Enquanto aguarda a intervenção cirúrgica, o réptil foi acomodado em um tanque com pouca água e um pano úmido para mantê-lo sempre hidratada, sem ficar submerso. O diretor do Hospital de Clínicas Veterinárias da UFRGS, o veterinário Marcelo Alievi, conta ainda que a paciente se alimenta bem, por meio de uma sonda
(Por Kamila Almeida, Zero Hora, 16/10/2009)