A retração e a reprogramação de investimentos no curto e médio prazo diminuiu em mais de 50% os negócios no segmento de reciclagem de sucatas de papel e papelão este ano na Capital. Empresários, cooperativas e papeleiros atribuem esse movimento à crise internacional, que diminuiu as compras da indústria, e também à gripe A. O valor do quilo do papel caiu com o desaquecimento da economia, e os galpões ficaram lotados de materiais, pela falta de compradores.
O empresário Rinaldo Aguiar está mais otimista do que há quatro meses quando teve de reduzir o quadro de funcionários e vender imóveis para manter o negócio funcionando. ''Demiti quatro funcionários e precisei injetar R$ 60 mil para não quebrar. Foi um período difícil, mas está passando'', contou. O preço do quilo chegou a R$ 0,10, hoje está em R$ 0,22, podendo chegar a R$ 0,25. Mesmo com a as boas expectativas, o empresário não pretende recontratar os funcionários demitidos este ano. Alessandro Castro, que trabalha com reciclagem há oito anos, conta que nunca passou por uma crise como a deste ano. Segundo ele, as vendas caíram 50%, dificultando a manutenção da empresa de caixas de papelão.
(Correio do Povo, 16/10/2009)