Quem passa pela Avenida Ruben Bento Alves, nas proximidades do acesso ao bairro Reolon, percebe que o ritmo de trabalho de construção da rede de esgoto do Sistema Tega praticamente parou. O principal transtorno é para os motoristas. Moradores e donos de empresas na região contam que congestionamentos ficaram mais frequentes. Por enquanto, saídas e entradas de empresas, com exceção daquelas instaladas na área da incubadora empresarial ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, não foram afetadas.
A paralisação, segundo o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae), ocorreu devido a um problema envolvendo a empreiteira Toniolo, Busnello e o Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados (SFPC), órgão do Exército que concede autorização para o uso dos explosivos para detonar rochas.
De acordo com o assessor técnico do Samae, Angelo Alberto Barcarolo, o problema começou quando a Toniolo foi pedir a renovação da licença para usar explosivos. O Exército exigiu que a empresa entrasse com todo o processo de licença novamente porque o contrato entre a Toniolo e a prefeitura teve de ser prorrogado. Barcarolo informa que o pedido foi protocolado no Comando do Exército, em Porto Alegre, no dia 5 de outubro. Conforme o coronel Carlos Pontieri, responsável pelo SFPC na Capital, as licenças costumam ser liberadas dentro de, no máximo, dois dias, desde que a documentação exigida esteja completa.
– Faltaram documentos do Samae e o reconhecimento de algumas assinaturas da Toniolo – explicou Barcarolo, acrescentando que o tempo chuvoso das últimas semanas também colaborou para que o serviço fosse paralisado. A boa notícia é que a licença para usar os explosivos e retomar a detonação das rochas para a passagem da canalização foi expedida ontem. Em razão disso, acredita Barcarolo, os trabalhos devem recomeçar imediatamente, desde que o tempo permita.
A obra da Ruben Bento Alves é um dos quatro lotes da 2ª etapa do Sistema Tega. No total, os quatro lotes incluem 28 quilômetros de redes de esgoto, que levarão os dejetos à estação de tratamento (ETE) no bairro Matioda. Procurada pelo Pioneiro ontem, a Toniolo preferiu não se manifestar.
Investimento
Incluindo a 1ª etapa das obras do Sistema Tega, que também está em andamento e abrange sete quilômetros de rede entre a Casa de Pedra e a ETE, o Samae deve investir mais de R$ 52 milhões.
(O Pioneiro, 15/10/2009)