Dois anos após o início do programa de revitalização do rio São Francisco, os habitantes da cidade de Barra (BA) são beneficiados por só 1 dos 4 pontos do projeto -a implantação da rede de esgoto. Orçado em R$ 1,8 bilhão e integrante do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o plano inclui ainda tratamento do lixo jogado no rio, controle da erosão das margens e outras obras de infraestrutura.
Em Barra, onde reside d. Luiz Cappio, religioso que fez duas greves de fome contra a transposição, a obra teve custo de R$ 16 milhões. A prefeitura diz que 95% da rede de esgoto já foi instalada -falta fazer a ligação entre as casas e a rede. Já em Minas, as obras têm faces diferentes em Buritizeiro e Pirapora, no norte do Estado, separadas por uma ponte.
Cerca de 60% da população de Pirapora já tem rede de esgoto em casa e todo dejeto é tratado, diz o prefeito Warmillon Braga (DEM). O custo da obra é de R$ 16 milhões. Em Buritizeiro, não se fala em estação de tratamento e apenas 45% das ruas da cidade já receberam tubulações. A obra está orçada em R$ 12,5 milhões.
Beneficiados
Em Pernambuco, a cidade de Custódia, a 20 quilômetros do lote 11 -o trecho mais adiantado-, deixou de viver apenas do FPM (Fundo de Participação dos Municípios). O município teve incremento de R$ 600 mil na arrecadação, resultado da aberturas de hotéis, restaurantes e lojas. Veio também a especulação imobiliária e a inflação. Uma casa de três quartos com garagem custava R$ 300 para alugar. Hoje, custa R$ 2.000.
(Por Paulo Peixoto, Matheus Magenta e Simone Iglesias, Folha de S. Paulo, 15/10/2009)