Segundo ANBio, cumprir normas evitaria casos como a proliferação da gripe A (H1N1) e preocupações da OMS com a pólio
O Brasil precisa valorizar mais as normas e procedimentos de biossegurança para evitar proliferação de doenças e vazamento de material com potencial para armas biológicas, além do risco de reintrodução de doenças erradicadas e possíveis contaminações por material biológico nocivo, afirma a presidente da Associação Nacional de Biossegurança (ANBio), Leila Macedo Oda.
Segundo Oda, casos como a transmissão da gripe A (H1N1) de um paciente para outro ou as preocupações da Organização Mundial de Saúde (OMS) – expressas em relatório recém-divulgado, segundo o qual 15 laboratórios brasileiros ainda armazenam amostras que contêm o vírus da poliomielite – poderiam ser evitados se fossem tomados os devidos cuidados na manipulação de amostras nesses lugares.
O controle e manejo adequado de material biológico de risco são fundamentais para os laboratórios brasileiros permanentemente, de acordo com a pesquisadora Leila Oda. "Não adianta se preocupar só quando há risco de pandemia ou contaminação. O segredo é a prevenção", afirma. Ela lembra que, no Brasil, os custos de manutenção de laboratórios ainda são altos. "Mesmo assim, é preciso seguir as normas de biossegurança à risca, para evitar possível contaminação", ressalta.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou, no início de maio, um manual para orientar laboratórios brasileiros a lidar com amostras suspeitas de conter o vírus influenza A (H1N1). O objetivo é oferecer um ponto de partida para assegurar que os laboratórios estão, de fato, preparados para receber amostras e para possíveis necessidades diante da necessidade de eventual aumento da vigilância sobre o vírus. O material está disponível no site da ANBio (www.anbio.org.br).
Entre as comemorações do décimo aniversário da ANBio neste ano, a entidade realizou em setembro, com a participação dos maiores especialistas mundiais em biossegurança, o VI Congresso Brasileiro de Biossegurança e Simpósio Latino-Americano, no campus da UERJ, no Rio de Janeiro.
A Associação Nacional de Biossegurança (ANBio) foi criada em 1999, com o objetivo de difundir informações a respeito dos avanços da biotecnologia moderna e seus mecanismos de controle. No seu escopo de trabalho estão a promoção do conhecimento relativo à biossegurança e de suas práticas, como disciplina científica, além da capacitação e orientação de profissionais que implementam a biossegurança em instituições de pesquisa e ensino da área biomédica.
(Scientific American Brasil, 07/10/2009)