Crianças do Movimento Sem Terra (MST) realizaram protesto na Capital e no interior do estado contra o fechamento das escolas em acampamentos. Em Porto Alegre, Nita Freire, viúva do educador Paulo Freire, ministrou aula pública.
Mais de 250 crianças do Movimento Sem Terra (MST) tiveram uma aula pública em frente ao Palácio Piratini, em Porto Alegre (RS), na tarde desta terça-feira (13/10). Entre os convidados para ministrar a aula estava a educadora Nita Freire, viúva do pedagogo Paulo Freire. Nita criticou os promotores públicos que defendem o fechamento das escolas em acampamentos sem terra com o argumento de que elas são ideológicas. Ela afirma ainda que a escola tem o dever de formar cidadãos.
“Eu acho que a escola deve ensinar conteúdos que ajudem a pessoa a ser feliz, que ajude ele a produzir e amar o seu país, ele se tornar um cidadão. Uma escola que não esteja fechada nela mesma e que possibilite as pessoas crescerem e serem mais. Uma escola que se preocupe com as virtudes da tolerância, da coerência, da humildade. É uma escola que faça, realmente, de criança, gente”, diz.
A integrante do coletivo estadual de educação do MST, Elizabete Winczel, lembra que as escolas itinerantes foram instituídas há 12 anos e servem de modelo para outros estados. No início do ano, o governo do Estado e o Ministério Público Estadual (MPE) assinaram o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que encerrou o convênio que mantinha as escolas em funcionamento.
Desde então, diz Elizabete, as escolas estão funcionando com a ajuda de educadores voluntários. “As escolas estão funcionando com educadores voluntários que se dedicam a trabalhar com as crianças, mas sem o reconhecimento do Estado. As escolas itinerantes continuam em vigor e nós acreditamos que com a luta do MST a gente consiga rever a decisão autoritária do governo”, afirma.
Em Porto Alegre, os sem terrinha saíram em marcha do Mercado Público, realizaram um ato na Esquina Democrática, no centro da cidade, e depois caminharam para o Palácio Piratini. No interior do estado também ocorreram manifestações. Em São Gabriel, cerca de 200 crianças se concentraram em frente ao Ministério Público Estadual.
(Por Bianca Costa, Agência Chasque, 13/10/2009)