As três empresas que apoiam o desenvolvimento do Solar Impulse, o primeiro avião tripulado movido apenas a energia solar, estão à procura de um quarto parceiro para o projeto, que representa um investimento total de 70 milhões de euros. O Solar Impulse está sendo apoiado pelo Deutsche Bank, a marca de relógios Omega e a empresa química Solvay, explicou o responsável pelo projeto, Claude Michel, num encontro com jornalistas em Lisboa, no qual foi apresentada uma maquete do avião.
Claude Michel explicou que este projeto, que começou a ser desenvolvido há seis anos, representa um investimento total de 70 milhões de euros, dos quais já estão assegurados "cerca de 70%", disse. "É um projeto totalmente privado, criado apenas por empresas privadas", afirmou Claude Michel, informando que cada um dos três parceiros contribuiu com 10 milhões de euros e que "estão à procura de um quatro parceiro".
O Solar Impulse, que é uma iniciativa do suíço Bertrand Piccard, tem quatro motores e atingirá uma altitude máxima de 8.500 metros. O aparelho pesa 1.600 quilos, tem um cumprimento de asas de 63,40 metros e atingirá uma velocidade cruzeiro de 70 quilômetros por hora. O Solar Impulse "tem o tamanho de um [avião] Airbus, o peso de um carro e a potência de uma bicicleta", resumiu Claude Michel.
As asas do aparelho estarão cobertas por 12 mil células fotovoltaicas, que transformam a energia solar em fonte de alimentação do avião. Durante o dia, a energia solar transforma-se em eletricidade, que serve para alimentar os motores, a hélice e para carregar as baterias que, durante a noite, irão alimentar os motores.
Em 2012, o Solar Impulse vai dar a volta ao mundo sem reabastecimento, numa viagem que terá cinco paradas - uma em cada continente - para descanso e troca de piloto. Ao comando do avião estarão Bertrand Piccard, que em 1999 completou a volta ao mundo num balão de ar quente e que esteve na origem do desenvolvimento do Solar Impulse, e André Borschberg, diretor do projeto.
O Solar Impulse, que está sendo desenvolvido por uma equipe de 70 engenheiros, é apadrinhado pelo grupo químico Solvay, que está presente em Portugal há 75 anos, onde emprega 620 pessoas. A Solvay já desenvolveu 12 produtos que estarão a bordo do avião.
(Lusa / UOL, 13/10/2009)