Quando assumiu a Defesa Civil Municipal, no início deste ano, o servidor público Cladmir Nascimento sabia que o trabalho não seria fácil. Faça chuva ou faça sol, é ao órgão que a população de Santa Maria recorre na hora da necessidade. E está sendo assim até o momento. Para o setor, 2009 está dando muito trabalho. As ações - diga-se, as principais - iniciaram ainda no ano passado quando os catarinenses enfrentaram uma das maiores enchentes da história do Estado. Os voluntários e servidores, junto com demais entidades engajadas na campanha, foram incansáveis na arrecadação, triagem e envio de alimentos, roupas e calçados para o Estado vizinho.
Já nos primeiros dias do ano, foi a nossa vez de sofrer os efeitos dos fenômenos climáticos. Em 8 de janeiro, um temporal, com ventos de até 100km/h causou destelhamentos e alagamentos em diversos pontos de da cidade, mas atingiram mais duramente famílias da região Sul, que precisaram de lonas e telhas para reconstrução.
Depois, veio o período de seca e a estiagem castigou as comunidades dos distritos, no interior do município. Lá estava a Defesa levando água potável às famílias da área rural.
A equipe atuou no combate a febre amarela e Gripe A, até setembro chegou e com ele, novo período de chuva intensa, granizo e destruição. Nos bairros e Centro de Santa Maria ou em Itaara, a Defesa Civil atendeu a alagamentos em casas, escolas e prédios públicos. Além da boa vontade dos três integrantes - coordenador, Cladmir Nascimento, engenheiro de segurança Júlio Uminski, e cargo de confiança Maicon da Costa - o órgão municipal conta com apoio de voluntários, Cruz Vermelha, Vigilância em Saúde, Gabinete da Primeira Dama, Secretaria de Infraestrutura e Corpo de Bombeiros, durante as ações.
Sem descanso - “Dos quatro anos que vou fechar de Defesa, este tem sido bastante estressante. Ao trabalhar com pessoas atingidas, por mais profissional que sejamos, acabamos nos envolvendo emocionalmente. E isso causa desgaste não só físico como emocional”, avalia o coordenador. Realmente, o clima nos últimos dez meses não deu trégua. As tão aguardadas férias que deveriam ter ocorrido em fevereiro foram sendo adiadas a cada nova intempérie. A nova previsão para o merecido descanso é novembro. “Vamos torcer para que nada mais aconteça até lá”, pede Nascimento.
(Por Lizie Antonello, A Razão, 13/10/2009)