Ver a pegada de uma onça no chão não é algo comum, a não ser que se esteja no coração da Floresta Nacional do Jamari, em Rondônia. Foi lá que durante quatro meses uma equipe com engenheiros, mateiros e auxiliares esteve para delimitar a área de 96 mil hectares onde é realizada a primeira concessão florestal promovida pelo Serviço Florestal Brasileiro.
O resultado desse trabalho de campo são mais de 300 páginas de relatórios que o Serviço Florestal entregou na última quarta-feira (07/10), em Porto Velho, a cada uma das três empresas que conquistaram o direito de extrair madeira, produtos não madeireiros e realizar ecoturismo na Flona.
A identificação dos limites da área de manejo vai permitir que o Serviço Florestal tenha mais capacidade de monitorar o correto cumprimento da exploração. "Por estar concedendo uma fração da floresta para exploração sustentável, o Serviço Florestal viu a necessidade de ter os limites definidos", diz o gerente de Cadastro de Florestas Públicas, Gustavo Machado.
Com a demarcação, cada concessionário saberá exatamente até onde pode exercer atividade produtiva, sem que esta adentre em regiões da floresta fora da área de concessão, ou na área de outro concessionário vizinho.
Sinalização
Ao todo, foram colocadas 86 pequenas torres de concreto, chamadas de marcos geodésicos, ao longo das extremidades da área de manejo. Todas elas têm plaquetas de metal na parte de cima com informações da localização em que estão. Há 27 marcos na unidade de manejo 1, de 17 mil hectares; 29 marcos na unidade de manejo 2, de 32 mil hectares; e 30 marcos na unidade de manejo 3, de 46 mil hectares.
A região onde ocorrem as concessões também recebeu 62 placas que informam sobre a existência de unidades de manejo naquele local. A sinalização está principalmente nos pontos de acesso à Flona, em entradas e saídas de estradas. O trabalho de delimitação vai continuar com a colocação de outros marcos topográficos na linha que separa os pontos já identificados pelo Serviço Florestal, mas essa nova etapa será feita pelos concessionários. Eles terão cinco anos para instalar os marcos, que devem ficar a uma distância de dois quilômetros um dos outros.
(Ascom MMA, 09/10/2009)