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plano climático cop/unfccc adaptação à mudança climática
2009-10-13

Por meses, as negociações sobre o futuro tratado climático que deve substituir o Protocolo de Quioto a partir de 2012 vêm se arrastando tendo como principais obstáculos as desavenças entre países ricos e pobres sobre assuntos como transferência de tecnologia, recursos para mitigação e metas de redução de emissões.

Agora, faltam apenas os cinco dias da rodada de conversas em Barcelona em novembro antes da grande conferência do clima em Copenhague para que se ultrapassem todas essas barreiras. Uma tarefa praticamente impossível e que já contamina a atmosfera das negociações com bastante pessimismo.

“Nós estamos em um momento crítico e com grandes questões sem respostas. Se não houver avanços na divisão entre ricos e pobres, as perspectivas para Copenhague não são nada animadoras”, afirmou à AFP Martin Khor, diretor do South Centre, um think-tank (instituição dedicada a produzir e difundir  conhecimentos e estratégias sobre assuntos vitais – sejam eles políticos, econômicos ou científicos) sediado em Genebra.

 Para o chefe executivo da Convenção Quadro de Mudanças Climáticas das Nações Unidas (UNFCCC), Yvo de Boer, a falha dos países ricos em concordar como metas mais ambiciosas e com financiamento para ajudar as nações em desenvolvimento a se adaptarem está aumentando a desconfiança entre os dois blocos.

Segundo de Boer, China, Índia, Brasil, México, África do Sul entre outras nações em desenvolvimento já se mostraram interessadas em adotar estratégias climáticas significantes, porém necessitam de recursos que as ajudem a implementarem esses planos.  “No fim, se não tivermos uma meta ambiciosa de redução por parte dos países ricos e nem uma proposta sólida de financiamentos, todo o acordo se despedaçará”, afirmou de Boer.

Quioto
Uma das grandes polêmicas de Bancoc foi a acusação do grupo G77/China, que reúne 132 nações em desenvolvimento, de que os Estados Unidos e a União Européia (UE) estarem tentando acabar com o Protocolo de Quioto, o único acordo legal pelo qual nações se comprometem a reduzir suas emissões de gases do efeito estufa. O grupo também criticou os Estados Unidos e a UE por promoverem uma abordagem baseada no mercado para pagar pelas ações de combate às mudanças climáticas.

Segundo o embaixador do Sudão nas Nações Unidas, Lumumba Di-Aping, que preside o bloco do G77/China, as nações ricas estão promovendo o uso de mercados para conseguir as finanças necessárias para atacar as mudanças climáticas, ao invés de comprometer fundos de seus próprios orçamentos. Ele disse que esta abordagem era falha porque os mercados são controlados pelo Ocidente. Ele afirmou ainda que  os países ocidentais, ao tirarem os fundos públicos da mesa de negociação, estariam evitando comprometer suas finanças.

Falsas promessas
No mês passado, durante o que ficou conhecida como semana climática, quando ocorreram reuniões em Nova York para debater o aquecimento global, o presidente norte-americano Barack Obama, o primeiro-ministro britânico Gordon Brown e outros líderes de países ricos se alinharam ao discurso de comprometimento ao combate às mudanças climáticas. Porém, aparentemente, os negociadores que essas nações enviaram para Bancoc não sabiam disto.

“Depois de setembro havia grandes esperanças de que acontecessem avanços. Mas parece que os negociadores dos EUA e UE não ouviram os discursos de seus líderes ou não receberam novas instruções, já que as conversas em Bancoc tiveram progressos mínimos”, afirmou Saleemul Huq, do Instituto Internacional para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (IIED).

Apesar do pouco avanço nas negociações, a rodada de Bancoc foi rica em estudos e trabalhos científicos. Destaque para a estimativa do Banco Mundial de que serão necessários cerca de US$ 100 bilhões por ano até 2050 para a adaptação às mudanças climáticas, e para a Agência Internacional de Energia, que afirmou que serão precisos US$ 10 trilhões nos próximos 20 anos para o mundo transformar sua matriz energética suja para fontes limpas e sustentáveis.

Segundo de Boer, alguns negociadores estão contentes pela redução de 180 páginas no texto base de negociações e que por isso Copenhague tem mais chance de ser um sucesso. Porém ele próprio levanta dúvidas disso.

“Não estamos vendo avanços nos assuntos realmente importantes. A verdade é que se não confrontarmos essas questões mais polêmicas, será bem difícil que as negociações continuem de forma satisfatória”, concluiu de Boer.

(Por Fabiano Ávila, CarbonoBrasil, 09/10/2009)


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