O RS é propenso a desastres naturais, pois está localizado numa área de encontro de massas de ar frias e polares com massas de ar quente. Sofre, ainda, influência de fenômenos como o El Niño (chuva) e a La Niña (seca). ''As mudanças climáticas e o aquecimento global intensificam a frequência desses fenômenos meteorológicos'', enfatizou o especialista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Marcos Barbosa Sanches. Ele foi um dos palestrantes do seminário regional de ''Mudanças Climáticas – As principais causas das mudanças climáticas da região Sul do Brasil''.
Para Sanches, quando se trata de fenômenos climáticos, o importante é frequência e não a intensidade. ''Até porque chuvas intensas, enchentes, granizo e vendavais sempre existiram. Só não ocorriam seguidamente, como agora'', destaca. Sanches defende a promoção de discussões regionais para criação de políticas públicas para reduzir emissão de gases poluentes, além do uso racional dos recursos naturais. ''Essas políticas apresentam resultados a longo prazo, por isso deve-se começar o quanto antes'', frisa.
O subcomandante da Defesa Civil do RS, coronel Joel Pedroso, afirma que o seminário teve o objetivo de delimitar estratégias e ações que possam contribuir para a redução gradual dos impactos das mudanças climáticas na região Sul. ''Estamos estruturando as coordenadorias municipais de defesa civil, para que tenham poder, inclusive, para atuar nas definições do plano diretor das cidades'', afirma Prates.
O evento foi o terceiro de uma série promovida pela Secretaria Nacional de Defesa Civil, em parceria com representantes das Defesas Civis Estaduais e Municipais. As peculiaridades de cada região do país serão debatidas em Brasília, num encontro nacional, em março de 2010.
(Correio do Povo, 11/10/2009)