O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), em comunicado divulgado nesta sexta-feira (09/10), pediu para "não ser julgado pelo que é veiculado na mídia". Essa foi a primeira manifestação oficial da direção nacional do movimento após as acusações de que os sem-terra derrubaram pés de laranja e depredaram uma fazenda da Cutrale em Iaras, no interior de São Paulo.
"À sociedade pedimos que não nos julgue pela versão apresentada pela mídia. No Brasil, há um histórico de ruptura com a verdade e com a ética pela grande mídia para manipular os fatos, prejudicar os trabalhadores e suas lutas e defender os interesses dos poderosos", afirma a nota do movimento. No comunicado, o MST reafirma que a área da Cutrale é fruto de grilagem de terras públicas por parte da multinacional: "São áreas que pertencem à União e estão indevidamente apropriadas por grandes empresas, enquanto se alega que há falta de terras para assentar trabalhadores rurais".
A nota ainda chama setores contrários ao movimento de "inimigos da reforma agrária" e fala em tentativa de criminalizar o grupo. "Não houve depredação nem furto por parte das famílias que ocuparam a fazenda da Cutrale. Quando as famílias saíram da fazenda, não havia ambiente de depredações, como foi apresentado na mídia", diz a nota do MST. A ação foi comparada pela direção nacional a outras como a invasão de terras do grupo Opportunity, de Daniel Dantas, no Pará, e da própria Cutrale, na região do Pontal do Paranapanema.
(Folha de S. Paulo, 10/10/2009)