O Reino Unido e a Noruega planejam construir o maior cabo subaquático do mundo para dividir energia das fazendas eólicas do Mar do Norte quando houver bastante vento e energia hídrica nórdica quando as condições atmosféricas não estiverem propícias para a geração eólica, anunciaram os operadores das redes nesta terça-feira (06/10).
O Reino Unido pretende instalar centenas de turbinas eólicas no Mar do Norte ao longo das próximas décadas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa (GEEs) do setor energético sem encher o interior do pais de turbinas.
A Noruega já obtem grande parte da sua eletricidade de usinas hidroelétricas, que poderiam servir de apoio nos períodos calmos, se a Noruega pudesse utilizar a produção de energia limpa britânica em dias ventosos.
“Melhores interconexões com a Europa serão uma importante ferramenta para nos ajudar a equilibrar o sistema com grandes quantidades de geração eólica variável do Reino Unido”, disse o diretor para transmissões da Rede Nacional Britânica, Nick Winser. “Se uma conexão Reino Unido-Noruega puder se tornar a espinha dorsal da “super-rede” do Mar do Norte, ela terá um papel especialmente valioso”.
Os britânicos são altamente dependentes das turbinas eólicas para alcançar suas próprias metas de cortes nas emissões de GEEs e de energias renováveis, mas precisam de apoio quando há pouco vento.
Com recursos hídricos próprios limitados, o Reino Unido teria que depender das usinas à carvão ou gás em dias calmos, sendo que ambos produzem emissões de GEEs, um problema que pode ser superado com a conexão à Noruega.
Os operadores das duas linhas, que dividiriam igualmente as ações dos cabos, fizeram um estudo de viabilidade que indicou que o cabo de alta voltagem conectando os dois países seria viável economica e técnicamente.
A operadora norueguesa de redes Statnett já deciciu passar o cabo em Kvilldal, Rogaland, na Noruega, mas ainda não sabe dizer qual será o ponto de chegada na Inglaterra.
As duas empresas estudarão agora a melhor rota para o cabo e o melhor modelo regulatório para o projeto, que também pode fornecer energia com baixas emissões de carbono para as plataformas de petróleo e gás no Mar do Norte.
Posteriormente o projeto pode prosseguir para o planejamento formal e as submissões de licença nos dois países, seguido de uma decisão final sobre os investimentos.
(Por Daniel Fineren, Reuters, Traduzido por Fernanda B. Muller, CarbonoBrasil, 07/10/2009)
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