O desembargador Guaraci de Campos Viana, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, concedeu liminar em que veta qualquer incorporação da Quattor pela Braskem. As duas empresas, além da Petrobras, negociam a formação de uma supercompanhia petroquímica, com receita total de R$ 26 bilhões e o controle total do mercado de resinas plásticas no país.
A liminar atende a um pedido de Joanita Geyer, uma das quatro sócias da Vila Velha, a empresa que controla a Unipar, detentora de 60% do capital da Quattor (os outros 40% são da Petrobras). Um dia antes, a juíza Márcia Cunha, da 2ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, havia negado a liminar de ouvir as partes envolvidas na negociação.
Na decisão, o desembargador afirmou que "há potencial risco de as negociações estarem adiantadas e a Justiça não ter condições de analisar os fatos antes de os mesmos se consumarem".
A Folha publicou na última sexta-feira informação de fontes ligadas ao negócio sobre o avanço das conversas e a possibilidade de a operação ser anunciada nas próximas semanas. Segundo um executivo envolvido nas negociações, advogados da Vila Velha (que também congrega três sócios favoráveis à associação com a Braskem) tentarão derrubar a liminar.
Segundo a fonte ouvida pela Folha, apesar da oposição de dois (Joanita e Alberto Geyer) dos cinco sócios, a ação não deve prosperar. Ela argumenta que, diferentemente do que a ação afirma, a Quattor não será vendida para a Braskem, mas fará uma associação. A reportagem tentou falar com Frank Geyer (filho de uma das sócias da Vila Velha e o principal executivo da Unipar e da Quattor), mas ele não quis se pronunciar.
(Por Agnaldo Brito, Folha de S. Paulo, 09/10/2009)