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animais peçonhentos
2009-10-09

A atual época do ano é bastante propícia para a ocorrência de acidentes causados por animais peçonhentos. Para capacitar os profissionais de saúde para lidar com esses casos, a Unidade de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) promoveu o evento “Atualização em Manejo Ambiental, Identificação, Diagnóstico e Tratamento dos Acidentes causados por Animais Peçonhentos”.

As palestras foram ministradas pelos profissionais do Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande do Sul (CIT-RS), o médico João Batista Torres e a médica veterinária Maria da Graça Marques. A capacitação, que ocorreu no auditório do Hospital Universitário (HU) da Furg, foi direcionada a estudantes e a profissionais de saúde, como médicos, veterinários, enfermeiros e biólogos.

De acordo com o médico do CIT, João Torres, o número de acidentes aumenta progressivamente nessa época do ano. Segundo ele, entre os fatores que ocasionam esse aumento está o período de acasalamento dos animais, as atividades de trabalho rural que se tornam mais intensas, os venenos dos animais estão mais ativos, as temperaturas mais altas e ainda o fato desta ser uma região onde ocorre o cultivo de arroz.

Conforme Torres, o ambiente nas lavouras de arroz é propício para os ratos, que se alimentam dos cereais, atraindo os animais peçonhentos que se alimentam dos roedores. O médico destacou ainda a nova regulamentação número 31 (NR-31) do Ministério do Trabalho, que trata do uso correto de equipamento de proteção individual. “A medida em que as pessoas tomam conhecimento e a norma passa a ser implementada, haverá um impacto no número de acidentes. Os animais como a jararaca, normalmente atacam os trabalhadores nos membros inferiores, por isso é importante o uso da bota”, explicou.

Torres ressaltou a importância da população e dos profissionais estarem conscientes do perigo. “A conscientização é progressiva. Cada pessoa que é treinada se torna multiplicadora. É muito importante esse treinamento para levar adiante a informação. Os profissionais também carecem de treinamento”, afirmou. De acordo com o médico, o recurso do telefone de atendimento que o CIT disponibiliza, com plantão permanente, é essencial no auxílio ao trabalho dos profissionais da saúde.

Entre as atualizações apresentadas aos participantes da palestra estiveram os acidentes com animais aquáticos. “Esse tipo de acidente quase não acontecia no Rio Grande do Sul. Nos últimos dois verões, o número de acidentes com mãe-d’água têm crescido de forma expressiva”, destacou Torres.

Segundo a médica veterinária do CIT, Maria da Graça Marques, dois fatores contribuem para aumentar o número de casos registrados. “Os animais estão sendo desalojados do seu habitat natural. Existem desequilíbrios na natureza. Os animais cada vez chegam mais perto do homem”, esclareceu. O outro fator apontado por ela é o fato de que a população está mais atenta. “As pessoas estão tomando conhecimento e ligando para o CIT para se informarem”, contou.

A capacitação serviu para manter os profissionais da saúde atualizados sobre cada grupo de animais peçonhentos e a ação dos seus venenos. A agente de saúde e técnica de enfermagem, Letícia Perez, falou sobre a importância de assistir a palestra. “No nosso trabalho é essencial saber passar essas informações para a comunidade. Muitas vezes os moradores estão em uma situação de perigo e não sabem, principalmente, em relação às aranhas. É bom ter esse tipo de capacitação porque podemos ter mais conhecimento que a pessoa leiga”, analisou.

(Por Lorena Garibaldi, Jornal Agora,  09/10/2009)


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