“Chega a ser hilário que eu more em um bairro chamado Bela Vista enquanto tudo que tenho da minha janela é uma péssima vista. O vizinho do edifício ao lado cria, em um poço de luz, um cachorrinho salsicha. Não bate uma gota de sol nunca! O cachorro é mantido lá umas 20 horas por dia. Os donos não o levam para passear. Ele passa essas 20 horas embaixo de uma churrasqueira, na sombra, na umidade. De noite, ele late, chora, arranha a porta.
Já pedi que o dono tome providência, mas ele disse que o cachorro está ‘acostumado’ a viver assim. Liguei para ONGs, polícia ambiental, e ninguém me ajuda. Fiz uma denúncia no Ministério Público Ambiental, três meses atrás, mas, com a morosidade da Justiça, o cachorro vai morrer e me matar de tristeza.”
O que fazer
> O 1º Batalhão Ambiental da Brigada Militar recebe denúncias de maus-tratos pelo telefone 3288-5146
> Segundo o capitão Rodrigo Gonçalves dos Santos, que comanda o policiamento ambiental da Região Metropolitana, a responsabilidade do batalhão é investigar o caso para punir os agressores. A corporação não fica com a guarda dos animais nem recolhe bichos abandonados
> Quando são comprovados os maus-tratos, como espancamento ou feridas graves não cuidadas, a polícia pode punir o agressor. Nesse caso, o animal fica sob a guarda de outra pessoa
> Quando é verificado que o pátio está sujo ou é pequeno para o animal, a polícia notifica para que sejam adotadas as medidas sanitárias e encaminha o caso ao Centro de Controle de Zoonoses da Capital para monitoramento. A entidade pode até multar os donos se não tomarem as devidas providências
(Zero Hora, 09/10/2009)