A Polícia Federal planeja ouvir, nos próximos dias, os líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que comandaram a invasão, em setembro, ao prédio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária no Rio Grande do Sul (Incra). O superintendente da PF no Estado, Ildo Gasparetto, assegura que já identificou os principais envolvidos no protesto.
Recém-entregue aos investigadores, um relatório do governo federal apontou um prejuízo de R$ 128 mil com a manifestação. A estimativa inclui dezenas de equipamentos furtados, portas arrombadas e móveis quebrados e integra um levantamento encaminhado pelo órgão e pela Superintendência Federal de Agricultura no Estado, que também funciona no edifício, à Polícia Federal (PF).
Como retratou reportagem de Zero Hora em 16 de setembro, nos oito andares do edifício onde funcionam diferentes órgãos do governo federal restaram salas reviradas, mesas e cadeiras destruídas e elevadores estragados após oito dias de invasão. Nas paredes, em vários pontos, manifestantes gravaram a sigla do MST.
Prédio está com dois elevadores parados
De acordo com o levantamento, nos andares onde funcionam o Incra e a delegacia federal do Ministério do Desenvolvimento Agrário, foram constatados furtos e atos de vandalismo orçados em R$ 23 mil. Além de listar o saldo da invasão, o relatório traz uma descrição detalhada de como as salas arrombadas foram encontradas pelos funcionários – a maioria em condições precárias.
Apesar disso, os maiores problemas foram registrados nos andares ocupados pela Superintendência Federal de Agricultura, de onde foram furtados mais de 30 aparelhos eletrônicos (veja o quadro ao lado). Só ali, o rombo deixado pelo MST foi avaliado em cerca de R$ 85 mil, sem contar a necessidade de conserto e troca de portas, que deverá custar ao menos outros R$ 20 mil aos cofres públicos.
– Até hoje, não conseguimos reparar os estragos. Dois dos três elevadores do prédio ainda não funcionam. Tudo por causa do MST – desabafou o superintendente federal do Ministério da Agricultura no Estado, Francisco Signor.
O saldo
Além de portas arrombadas, móveis danificados e acúmulo de lixo, levantamento aponta para o sumiço de equipamentos:
- 16 câmeras fotográficas
- 10 notebooks
- duas filmadoras
- quatro aparelhos GPS
- quatro palmtops
- um projetor
- mais de 60 pen-drives
Contraponto
O que diz o MST
Procurado por Zero Hora no início da noite de ontem, Cedenir de Oliveira, da coordenação estadual do MST, disse que os integrantes do movimento preferem não se manifestar sobre o caso.
(Zero Hora, 09/10/2009)