Duas semanas após ter informado oficialmente o começo das negociações, a Fibria, resultante a incorporação da Aracruz pela Votorantim Celulose e Papel (VCP), confirmou nesta quinta-feira (08/10) a venda da unidade de Guaíba ao grupo chileno CMPC por US$ 1,43 bilhão.
A CMPC avança nos setores de celulose e papel do Brasil, onde desembarcou em abril deste ano, por meio da compra da Melhoramento Papéis, de São Paulo. A venda da unidade de Guaíba, que pertencia à Aracruz, foi avaliada como positiva no Estado. Mercado e fornecedores interpretam que, além da possibilidade de o novo controlador acelerar o cronograma de expansão de capacidade da fábrica, há mais chances de a Fibria tocar o projeto Losango, que prevê a instalação de uma planta industrial originalmente da VCP. Durante entrevista, ontem, o presidente da Fibria, Carlos Aguiar, afirmou que a venda destravará vários projetos:
– Essa operação permitirá que a Fibria volte a fazer seus investimentos florestais já em 2010 e fabris em 2011 – disse Aguiar, que também citou o projeto Losango.
O negócio inclui as instalações industriais, as terras e as florestas que integravam os ativos da Aracruz. A Fibria informou ter vendido à CMPC a fábrica de celulose, com produção de aproximadamente 450 mil toneladas anuais, uma planta que produz papel com capacidade de 60 mil toneladas por ano e 212 mil hectares de terras. Também foram transferidos ao grupo as autorizações para aumentar a capacidade de produção da fábrica de celulose até 1,7 milhão de toneladas ao ano.
A Fibria manteve ativos de US$ 180 milhões em equipamentos industriais comprados para a expansão da unidade Guaíba e que poderão ser utilizados em projetos futuros da companhia.
(Zero Hora, 09/10/2009)