As tentativas das petroleiras multinacionais de barrar o texto que prevê a operação única da Petrobras nas exploração dos blocos de petróleo da camada pré-sal vem preocupando os funcionários da estatal brasileira. Em audiência pública sobre o assunto no Senado Federal nesta quinta (08/10), o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), João Antônio de Moraes, disse que o projeto que inclui essa prerrogativa para a Petrobras vem sendo “fortemente atacada” pelas empresas privadas.
“No debate desses projetos, que está acontecendo na Câmara dos Deputados, já existe uma presença muito forte dos lobistas, das petroleiras internacionais, representadas pelo Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP). Percebe-se a presença deles nos corredores, nas comissões, nas próprias mesas que estão debatendo o tema. E o projeto que prevê a Petrobras como operadora única do pré-sal vem sofrendo um ataque muito forte desse instituto”, acusou Moraes.
Segundo ele, a preocupação da FUP diz respeito à possível perda do domínio da tecnologia de extração de petróleo em águas ultraprofundas, que atualmente só a Petrobras tem. “Ao deixar as empresas estrangeiras entrarem para operar no pré-sal, nós perderemos a exclusividade e o controle que nós temos dessa tecnologia. Atualmente, só a Petrobras está preparada para explorar na camada pré-sal. Agora, efetivamente, se não passar [na nova lei], ela [Petrobras] como operadora única, nós perderemos esse controle, o que é extremamente preocupante sob o aspecto da soberania energética da nossa pátria”, alegou.
Recentemente, o presidente do IBP, João Carlos de Luca, esteve em audiência pública na Câmara dos Deputados e criticou a operação única da Petrobras no pré-sal. Segundo ele, a estatal ficará obrigada a trabalhar com parceiras que não escolheu e terá de dispensar recursos para operar em blocos que podem não lhe interessar economicamente.
(Por Mariana Jungmann, com edição de Lílian Beraldo, Agência Brasil, 08/10/2009)