Repercutiram com destaque nesta segunda-feira (05/10), nos portais de notícias de Brasil e Paraguai, as declarações do secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, negando que os governos dos dois países tenham chegado a um acordo precoce quanto à venda da energia de Itaipu.
Tal versão, difundida por meios de comunicação brasileiros, teve origem na má interpretação (possivelmente, por problemas idiomáticos) de uma nota emitida pelo Ministério das Relações Exteriores do Paraguai, relatando os avanços nas negociações para o cumprimento do acordo bilateral assinado em 25/07.
Na semana passada, negociadores brasileiros e paraguaios voltaram a reunir-se. "O tema não foi discutido. No final da reunião, nos foi apresentado um documento pelos representantes do Paraguai, que poderia conter essa proposta", afirmou Zimmermann, citado pelo jornal O Estado de São Paulo.
A intenção paraguaia é oferecer no mercado brasileiro, sem o intermédio da Eletrobrás, a energia correspondente à produção da usina de Acaray (cerca de 250 megawatts) e, de maneira gradual, a eletricidade que lhe cabe nos 50% produzido pela usina de Itaipu. Na opinião de Zimmermann, que participa, em São Paulo, de um evento promovido pela Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), a venda direta pode ser, até mesmo, desvantajosa para a paraguaia ANDE, uma vez que o contrato atual garante preço mínimo para suprir o pagamento da dívida de Itaipu.
Portas da Integração
Participa do mesmo evento, também, o diretor paraguaio de Itaipu, Carlos Mateo Balmelli, que em exposição aos empresários presentes, disse acreditar que o acordo assinado no mês de julho entre os presidentes Fernando Lugo e Luiz Inácio Lula da Silva abrirá as portas da integração binacional.
“O acordo Lugo-Lula abre as portas a uma verdadeira integração econômica e energética entre Paraguai e Brasil”, avaliou Mateo, tendo como base a perspectiva de complementaridade das economias e de integração entre os sistemas energéticos de ambos países.
O diretor defendeu, ainda, que “o Paraguai deve ser uma plataforma segura, confiável e sem travas para o investimento de capitais brasileiros e de outros países. O século XXI é o século da globalização, caracterizada pela integração entre as economias regionais e o intercâmbio nas diversas áreas”.
(Por Guilherme Dreyer Wojciechowski, SopaBrasiguaia.com, 06/10/2009)