América Latina é a única região do mundo que ainda tem um "superávit ecológico" e por isso deve articular as políticas adequadas para preservar seus recursos, de acordo com a apresentação, nesta segunda-feira, do livro "O Poder Ecológico das Nações".
O texto ilustra com números e estatísticas a realidade ecológica das nações, um tema que foi considerado "da mais alta importância" pelo secretário-geral da CAN (Comunidade Andina), Freddy Ehlers. Revelou que a mudança climática pode ter um impacto em 2025 que gerará perdas por US$ 25 bilhões nos países da CAN (Bolívia, Colômbia, Equador e Peru).
"Seria uma catástrofe para os países andinos. Um grau de temperatura em nível do mar equivale a seis graus nas alturas, nas geleiras, é por isso que estão derretendo", disse. "Estamos diante de uma situação que não vamos poder conduzir. Se promove um modelo de vida que não é sustentável, não é possível. Houve esta trágica confusão entre crescimento e desenvolvimento", afirmou.
O livro foi apresentado na sede da CAN em Lima, por Ehlers; Antonio Cardoso Mota, chefe da Delegação Europeia no Peru; e Juan Alfonso Peña, representante de Acordo Equador. Entre os especialistas convidados estiveram Mathis Wackernagel, diretor-executivo de Global Footprint Network; Juan Reiser, responsável do Projeto de Pegada Ecológica na Pontifícia Universidade Católica do Peru; e Arturo Alfaro, Representante do Fórum Cidades para a Vida.
Antonio Cardoso Mota afirmou que para a União Europeia (UE) "esta é uma temática de importância especial", já que se trata "de uma luta de nossa geração para deixar a nossos filhos e netos um mundo melhor". "Este é um livro importantíssimo e acho que a todos nos interpela", assinalou.
"Queremos reforçar este componente de luta contra a mudança climática... nesta zona que tem os pulmões da humanidade", indicou ao referir-se à cooperação entre a UE e América Latina. Mathis Wackernagel comentou que o século XXI "nos está obrigando a ver que a verdadeira riqueza da terra não está no dinheiro, mas nos recursos ecológicos".
A publicação é resultado da colaboração entre a Fundação Acordo Equador e Fórum Cidades para a Vida, com o apoio da Secretaria-Geral da CAN e a Comissão Europeia, através do projeto SOCICAN (Ação com a Sociedade Civil para a Integração Andina), e Global Footprint Network.
(EFE / Folha Online, 06/10/2009)