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convenção de basiléia lixo tecnológico / eletrônico resíduos tóxicos
2009-10-07

Quando dois inspetores holandeses abriram as portas de um surrado contêiner vermelho, encontraram um cemitério de lixo eletrônico europeu -fios, medidores elétricos, placas de computador- misturado a restos de papelão e plástico. "Isso iria à China, mas não irá a lugar nenhum", disse Arno Vink, inspetor do ministério holandês do Meio Ambiente que apreendeu o contêiner com base nas novas e rígidas leis da Europa contra a exportação de qualquer tipo de lixo -de canos velhos a computadores quebrados e detritos domésticos.

A exportação ilegal de lixo a países pobres é um negócio internacional crescente, já que as empresas tentam minimizar os custos de novas leis ambientais, como as da Holanda, que taxam o lixo ou exigem que ele seja reciclado ou dispensado de forma ambientalmente correta.

Roterdã, o porto mais movimentado da Europa, tornou-se sem querer o principal duto de escoamento de detritos da Europa, para destinos como China, Indonésia, Índia e África. Nesses lugares, o lixo eletrônico e o entulho de construções, contendo substâncias tóxicas, costumam ser desmantelados por crianças, com grande prejuízo para sua saúde. Outros tipos de lixo que, pela lei europeia, deveriam ser reciclados são simplesmente queimados ou deixados para apodrecer, poluindo o ar e a água.

Embora parte do comércio internacional de detritos seja legal, outra parcela não é. Por um preço, comerciantes clandestinos fazem os detritos da Europa desaparecerem no exterior.

Depois que a Europa passou a exigir a reciclagem de produtos eletrônicos, 2 a 3 toneladas de lixo eletrônico foram entregues no ano passado, bem menos do que as quase seis toneladas previstas. Grande parte do resto provavelmente foi exportada ilegalmente, segundo a Agência Ambiental Europeia.

A exportação de lixo metálico, plástico e de papel da Europa multiplicou-se por dez de 1995 a 2007, diz a agência, com 20 milhões de contêineres de detritos sendo embarcados anualmente, legal ou ilegalmente.

Nos EUA, mais Estados estão aprovando leis que exigem a reciclagem. Mas, por haver no país menos monitoramento e restrições à exportação do que na Europa, esse volume está fluindo de forma relativamente livre ao exterior. Até cem contêineres de lixo de EUA e Canadá chegam por dia a Hong Kong, segundo ambientalistas e autoridades. "Agora estamos recolhendo bem mais, mas eles não podem impedir que isso vá ao exterior", disse Jim Puckett, diretor da ONG Basel Action Network, de Seattle, que acompanha o lixo exportado dos EUA.

A tentação de exportar lixo é grande porque a reciclagem interna adequada é custosa: é quatro vezes mais caro incinerar lixo na Holanda do que colocá-lo ilegalmente em um barco rumo à China. "O tráfico nas exportações de detritos se tornou enorme, mas precisamos de mais informação a respeito", disse Christian Fischer, consultor da Agência Ambiental Europeia, que divulgou neste ano seu primeiro estudo sobre o tema.

Os holandeses assumiram a liderança solitária na inspeção das exportações de lixo e na restrição ao tráfico e estimam que 16% das exportações sejam ilegais. Mas, na maioria dos portos, onde os inspetores alfandegários costumam checar bem mais as importações que as exportações, grande parte provavelmente passa despercebida. Em julho, uma carga de 1.400 toneladas de lixo doméstico britânico que havia sido enviada ilegalmente para a América Latina -rotulada como plástico para reciclagem- só foi apreendida após aportar no Brasil.

Roterdã usa raios-X e análises informatizadas para selecionar os contêineres suspeitos. Mas outros países precisam se empenhar mais, disse Albert Klingenberg, do ministério holandês do Meio Ambiente. "Quando eles não conseguem mandar [o lixo] por Roterdã, vão para Antuérpia ou Hamburgo", disse.

(Por Elisabeth Rosenthal, The New York Times / Folha de S. Paulo, 06/10/2009)


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