A Carbocloro anunciou que substituirá os diafragmas de amianto de suas instalações de eletrólise, usadas para a produção de cloro-soda. A divulgação da medida ocorreu em 16 de setembro, durante um processo judicial. Fiscais do trabalho que atuam no estado de São Paulo iniciaram uma ação legal contra a companhia por colocar em perigo seus próprios funcionários e os empregados de empresas terceirizadas. Os fiscais rejeitaram os argumentos da Carbocloro de que a conversão para uma tecnologia livre de amianto poderia ser muito cara.
A companhia é subsidiária da firma brasileira Oxypar [Unipar] e da multinacional Occidental Chemical (Oxychem), que tem sede nos Estados Unidos e é a segunda maior produtora mundial de cloro-soda. As instalações da Carbocloro em Cubatão (SP) são responsáveis por cerca de 25% de toda a produção de cloro-soda no Brasil e a substituição dos 50 diafragmas de amianto da unidade levará um ano para ser completada.
Em 2004, a Carbocloro se recusou a substituir os diafragmas de amianto, alegando que o investimento em uma tecnologia mais limpa seria muitíssimo caro. O risco de acusação criminal, porém, convenceu a companhia a rever sua posição.
Sob a pressão do lobby das multinacionais Dow Chemicals e Solvay, a Comissão Europeia continua autorizando o uso de diafragmas de amianto em quatro países. Esse exemplo recente no Brasil ilustra a necessidade de se adotar um banimento total da substância na Europa que seja mais coerente.
(ETUI* / Ambiente JÁ, com tradução de Rodrigo Brüning Schmitt, 05/10/2009)
* O texto original pode ser lido aqui