Em março de 2010, entre 5 e 6 milhões de pessoas no Rio Grande do Sul serão vacinadas contra a gripe A (H1N1). A vacina será aplicada em dose única. Estima-se que o Ministério da Saúde tenha 80 milhões de doses para distribuir entre os estados, e a Região Sul deverá receber uma quantidade maior que o resto do país, porque teve o maior número de casos da doença até agora.
As informações foram transmitidas pelo secretário da Saúde, Osmar Terra, nesta segunda-feira (5), em palestra feita na abertura da Oficina de Combate à Gripe A, que reuniu os membros do Comitê Estadual de Enfrentamento da Influenza A. Participaram também secretários municipais de Saúde, técnicos da Secretaria da Saúde, representantes das coordenadorias regionais de Saúde e profissionais de hospitais e de outras instituições envolvidas no combate à gripe A.
De acordo com Terra, o número de óbitos no Estado por causa da doença poderá alcançar 250 a 300 pessoas. "Nos últimos dias, 74 casos foram notificados e, na semana 30 (correspondente ao final de julho), eram 1.200. De todas as pessoas que morreram de gripe este ano, 75% dos óbitos foram em decorrência da gripe A e 25%, de gripe sazonal", informa.
Até agora, houve a confirmação de 193 óbitos, e 80 ainda aguardam o resultado laboratorial. Também se calcula que a nova gripe tenha atingido 20% da população, ou seja, 2 milhões de pessoas.
Segunda onda
Existe a expectativa de uma segunda onda de gripe A, que, a exemplo de pandemias anteriores, deve ocorrer entre dois a seis meses. Se for confirmada a tendência, a gripe A deve atingir o Estado no final do verão. Mas na avaliação de Terra, essa segunda onda será mais leve, até porque a vacina já estará disponível.
A primeira onda aconteceu no auge do inverno gaúcho, que este ano registrou o frio mais intenso das últimas décadas. No Hemisfério Norte, como no México, a segunda onda já começou e deverá ser mais forte do que a primeira, em função do outono e da chegada do inverno.
O Rio Grande do Sul enfrenta a epidemia de influenza A (H1N1) desde maio de 2009, com registro de óbitos e de mudanças na vida social. Com a redução do número de casos, a Secretaria da Saúde considera a necessidade de avaliar a situação e as ações de enfrentamento.
Durante a oficina desta segunda-feira (5), foram apresentadas experiências vividas pelos profissionais de saúde e definidos os próximos passos. Um deles será manter toda a estrutura montada, como o Comitê Estadual de Enfrentamento da Influenza A, a rede de atendimento, a vigilância das fronteiras, o monitoramento de casos e o estoque e a distribuição do medicamento Oseltamivir (Tamiflu). Também está sendo organizado um inquérito sorológico epidemiológico. Trata-se de uma amostra científica, que deverá identificar na população a presença de anticorpos do vírus H1N1.
(Ascom Governo do RS, 05/10/2009)