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2009-10-05

Passada uma semana de conversas climáticas, o ritmo das discussões é devagar quase parando, e um grupo de ONGs resolveu que os países que dificultam ainda mais o andamento da reunião merecem uma recompensa por seus esforços

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, definiu, nesta quinta-feira (01/10), o ritmo das negociações em Bancoc como ‘glacial’.  Nações ricas e pobres seguem se desentendendo e as conversas sobre um futuro acordo climático patinam, patinam e não saem do lugar. Para reconhecer os esforços dos países que diariamente mais emperram as negociações, a Climate Action Network (CAN), entidade que reúne mais de 450 ONGs, os premia com o Fossil of The Day.

Já na segunda-feira (28), primeiro dia do evento, os Estados Unidos capricharam tanto que conquistaram o primeiro e terceiro lugar da premiação. A CAN justificou que os norte-americanos mereceram a honraria por historicamente afirmar uma coisa e no fim fazerem outra. Enquanto o presidente Barack Obama discursa em Washington que está comprometido no combate às mudanças climáticas, a delegação que representa a nação mais poderosa do mundo se faz de surda diante dos apelos internacionais por um acordo com metas.

O Canadá ficou em segundo lugar pelo fato de seu ministro se abster da Conferência Climática de Nova York na última semana. Segundo a CAN, ele teria preferido ficar discutindo a política de impostos do país em uma loja de donuts em Ontário do que participar das negociações climáticas.

Na terça-feira (29), foi a vez da Argélia ser declarada a grande vencedora. A CAN afirmou, em tom bem humorado, que o país era bastante cínico ao querer que os fundos de adaptação para mudanças climáticas bancassem também os prejuízos da produção de petróleo.

O segundo lugar acabou sendo dividido pelo Kuwait e Arábia Saudita que defenderam a inclusão de ‘combustíveis fósseis limpos’, sem ao menos detalharem o que queriam dizer com isso, como projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL).   A proposta permitiria que atividades que usem novas tecnologias na produção de carvão, gás e petróleo pudessem receber créditos de carbono por reduzir emissões de gases do efeito estufa, mesmo eles não sendo sustentáveis e renováveis, o que são pré-requisitos básicos do MDL.

Em terceiro lugar aparecem novamente os EUA, por fazerem demandas dentro do grupo de discussão sobre mitigação, o que prejudicou o andamento das conversas, enquanto eles próprios nem estabeleceram metas de emissões e planos financeiros para a área.

No dia seguinte (30), a disputa foi tão intensa que foram quatro os premiados em primeiro lugar. União Européia, Noruega, Canadá e Austrália ficaram com o prêmio ao defenderem que fosse apagado o parágrafo que alertava para a diferença entre o valor dos recursos necessários para os países em desenvolvimento se adaptarem e os recursos que atualmente são destinados pelas nações ricas com esse objetivo. O Canadá, esse brincalhão, alegou que o parágrafo era muito ‘pessimista’ e que por isso deveria ser retirado do texto.

O segundo lugar foi para a Nova Zelândia, que revelou que sua meta de redução de emissões de 10% a 20% é na verdade de 0% a 20%. O país afirmou que se as condições não forem favoráveis, ele se reserva ao direito de fazer cortes abaixo dos 10%.

Como não pode existir um dia sem uma menção aos norte-americanos, eles agora aparecem por afirmar que não existem negociações formais para determinar como os países irão aprovar a meta de cada integrante do Anexo 1 (países que possuem metas no Protocolo de Quioto). A idéia dos EUA é que cada país analise a proposta de corte dos outros e diga se é compatível com a realidade ou não. A CAN explica que a alegação é praticamente dizer que tudo deve ser feito no ‘achometro’, sem nenhum critério técnico.

Felizmente na quinta-feira (01) ninguém fez por merecer a premiação, mas nesta sexta-feira (02) não houve como não entregar um dos singelos troféus para o Canadá. O país foi condecorado por sua incrível capacidade criativa de inventar desculpas para o aumento de suas emissões e por ser praticamente um dos únicos a não querer 1990 como o ano base para as metas de redução.

A CAN informou que os troféus para segundo e terceiro lugares não precisaram ser distribuídos nesta sexta-feira, mas alertou que eles foram colocados em uma ‘reserva fóssil estratégica’ e que voltarão à cena assim que o próximo país obstruir o fluxo da já difícil rodada de negociações.

(Por Fabiano Ávila, CarbonoBrasil, 02/10/2009) 


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