(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
rio tietê transporte hidroviário transporte alternativo
2009-10-04

Licitação para estudar a viabilidade de Hidroanel Metropolitano já foi lançada. Projeto, com custo estimado de R$ 2 bilhões, inclui o rio Pinheiros e represas Billings e Guarapiranga para transporte de cargas e passageiros

O governo do Estado tirou da gaveta um projeto que pretende transformar o poluído e malcheiroso rio Tietê em uma via navegável repleta de barcos e balsas para o transporte de passageiros e cargas. A ligação do Tietê ao Pinheiros e às represas Billings e Guarapiranga (zona sul de São Paulo) formaria o Hidroanel Metropolitano de São Paulo, um plano ambicioso, para mais de uma década, já estimado em cerca de R$ 2 bilhões.

O primeiro passo foi dado na semana passada, com a abertura da licitação, de R$ 1,7 milhão, para contratar estudos da viabilidade técnica, econômica e ambiental do hidroanel. Para o governo, a conclusão da ampliação da calha do Tietê e o andamento de programas de despoluição desse rio e do Pinheiros abrem a possibilidade de se pensar no transporte de passageiros. Hoje, o Tietê tem 41 km navegáveis, entre Santana de Parnaíba e a barragem da Penha, em São Paulo. A Penha ganhará uma eclusa, que estenderá o percurso em mais 14 km, até São Miguel Paulista.

Na outra ponta, zona oeste de São Paulo, o plano integra mais 25 km do Pinheiros, o que exigirá transposições no Retiro e na barragem da Traição. Há previsão ainda de incorporar a Billings, com mais 30 km, e depois a região do reservatório Taiaçupeba, via canal artificial. Além do transporte fluvial de passageiros, serviço que já tem interesse de ao menos uma empresa de ônibus de São Paulo, o governo pretende atrair para o hidroanel o transporte de lixo urbano, de produtos hortifrutigranjeiros movimentados na Ceasa, de areia para construção civil e do lodo que a Sabesp retira de estações de tratamento.

Ramal de cargas
Transportar pessoas pelos rios Tietê e Pinheiros tem um obstáculo muito reconhecido pelos paulistanos: o cheiro. É uma opinião compartilhada pelos engenheiros Rui Carlos Botter, professor titular de Transportes e Logística da USP, e Dario Rais Lopes, ex-secretário de Estado dos Transportes de São Paulo e atualmente consultor privado. "É possível montar uma infraestrutura eficiente, mas o maior obstáculo é o cheiro do rio. Em 2007, tentei fazer uma visita ao Tietê com um grupo durante um congresso internacional, mas não deu. Ninguém suportaria", afirma Botter.

Para se tornar viável, os barcos de passageiros exigem uma velocidade competitiva com a dos trens e ônibus. "Depende muito de rapidez, mas, como percorre as marginais, que são lentas, pode ser possível. E, no futuro, caberia uma exploração turística", diz o professor.

Dario Rais afirma que a proposta, "à primeira vista, não parece ortodoxa. Só que São Paulo, do jeito que as coisas estão, não pode ser descartar nenhum tipo de meio de transporte". Segundo Rais, só com uma integração entre diversos meios é que a estrutura urbana da cidade avançará. "Com uma melhor capacidade de transporte, podemos pensar em não tapar ainda mais a marginal, como está sendo feito hoje."

"O cheiro é insuportável", diz remador
Para percorrer o Tietê de barco, o fotógrafo Ricardo Rojas, 44, remador há 31 anos, usou roupa parecida com a de astronauta -macacão, luvas e máscara. Antes de entrar no rio, tomou vacina contra febre tifoide e hepatite. Foi um protesto contra a poluição.

Folha de S. Paulo - Como foram os passeios pelo rio?
Ricardo Rojas
- Não dá para chamar de passeio, não é agradável.

Qual é a sensação?
Rojas -
É muito sujo. O cheiro é insuportável, quem vê de longe não tem noção de como é no rio.

O que você viu?
Rojas -
Lixo, animal morto para tudo quanto é lado. É terrível.

Você acredita no projeto que pretende tornar o rio navegável?
Rojas -
Do jeito que está, não dá, mas se o governo deixar de usar esses planos como plataforma política, acho que sim. Temos que acreditar.

(Por José Ernesto Credendio, Folha de S. Paulo, 04/10/2009)


desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -