O presidente dos EUA, Barack Obama, foi a Copenhague promover a candidatura olímpica de Chicago. Mas será que ele voltará para pressionar pela aprovação de um novo tratado climático global? Essa é a pergunta que os ambientalistas se fizeram nesta sexta-feira (02/10), quando o presidente passou cinco horas em Copenhague para exortar o COI (Comitê Olímpico Internacional) a escolher sua Chicago natal como sede da Olimpíada de 2016 --que acabou perdendo para o Rio de Janeiro.
O grupo ativista Greenpeace disse ter colocado uma faixa com os dizeres "Cidade certa, data errada" numa praça próxima ao local onde Obama se encontrou com o primeiro-ministro dinamarquês, Lars Ramsussen, logo depois de discursar aos membros do COI. Ministros do Meio Ambiente de cerca de 190 países participam em dezembro, na mesma Copenhague, de uma reunião da ONU que tentará definir um novo tratado climático que substituirá o Protocolo de Kyoto, que expira em 2012.
Mas há um impasse nas negociações sobre como dividir as metas de corte de emissões e quanta ajuda financeira os países industrializados precisam dar às nações em desenvolvimento que sofrem os efeitos do aquecimento global. A superação do impasse pode depender do empenho dos chefes de estado e de governo. O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, já disse que irá a Copenhague se isso ajudar a promover o tratado.
Senado difícil, retorno duvidoso
Os Estados Unidos são considerados essenciais para as conversas da ONU, mas as credenciais de Obama na questão climática foram questionadas porque são pequenas as chances de o Senado dos EUA aprovar até dezembro uma lei que restringe as emissões norte-americanas de gases do efeito estufa.
Obama disse a Rasmussen que está interessado em voltar a Copenhague, mas não quis dizer a jornalistas se estará presente na reunião climática de 7 a 18 de dezembro. "A próxima reunião em Copenhague sobre mudança climática é algo em que temos grande interesse, e aguardo discussões aprofundadas sobre como podemos levar esse processo adiante," disse ele a Rasmussen durante uma aparição conjunta diante de jornalistas.
O primeiro-ministro dinamarquês desejou a Obama boa sorte para a candidatura olímpica de Chicago, e o estimulou a voltar, mas sem pressioná-lo, ao menos publicamente, para aparecer em dezembro.
(Por Jeff Mason, Reuters / Folha Online, 02/10/2009)