Além de liderar o ranking da utilização de agrotóxicos, o Rio Grande do Sul carrega outro dado preocupante.
Das 273.851 propriedades agrícolas que usaram agrotóxicos, 96.659 (35,3%) não contaram com assistência técnica, segundo o Censo Agropecuário 2006 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As limitações se mostram mais alarmantes em âmbito nacional: 56% dos 1.396.069 estabelecimentos brasileiros que utilizaram agrotóxicos não contaram com orientação técnica.
– Precisamos de políticas e programas para ter controle do uso desses produtos. A baixa taxa de assistência e a falta de conhecimento estão ocasionando o uso incorreto do agrotóxico, o que acaba provocando ainda o aumento da utilização – alerta o pesquisador do IBGE Elpidio Freitas.
Para o engenheiro agrônomo Valdir Secchi, o problema não está relacionado ao uso do agrotóxico e sim à pouca orientação técnica.
– As lavouras estão se estendendo, e o agrotóxico se faz necessário em muitos casos para controlar pragas e doenças – diz Secchi.
O presidente da Emater, Mário Nascimento, reconhece que o dado é preocupante, mas diz haver uma crescente procura por assistência técnica no uso de agroquímicos. Segundo o dirigente, os agricultores estão mais atentos a essa demanda para ganhar mercado.
A cautela na hora da compra é uma das dicas dadas pela responsável pelo setor de Alimentos da Divisão de Vigilância Sanitária do Centro Estadual de Vigilância e Saúde, Susete Lobo:
– As pessoas precisam se certificar sobre a origem dos alimentos e tentar variar o que consomem, além de comprar de diferentes produtores.
(Zero Hora, 02/10/2009)