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terremotos
2009-10-02

Hospitais entram em colapso, falta água, luz e energia; presidente diz que número de vítimas deve subir

O número de mortos no terremoto de 7,6 graus na escala Richter que na quarta-feira abalou a Ilha de Sumatra, na Indonésia, subiu nesta quinta (01/10) para 1.100, segundo as Nações Unidas. O número deve aumentar nos próximos dias à medida que as equipes de resgates intensificam as buscas sob os escombros da tragédia. "Que não se subestime (o desastre). Estejamos preparados para o pior", disse o presidente indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, em visita a Padang, capital da Ilha de Sumatra e cidade mais próxima do epicentro do tremor (a 53 quilômetros).

Mais de 500 casas e prédios foram destruídos ou danificados em Padang, entre eles hotéis, escolas, hospitais e centros comerciais - a cidade tem 900 mil habitantes. O hospital público Djamil, de Padang, um dos danificados pelo tremor, não conseguia atender todas as vítimas e teve de improvisar leitos em barracas e ao ar livre, ao redor do edifício principal.

Crianças
Grande parte dos esforços de resgate está concentrado num edifício de quatro andares, no centro de Padang, que ruiu no momento em que 30 crianças assistiam à aula em uma de suas salas. Quatro estudantes foram encontrados com vida e seis corpos foram recuperados. Os pais dos alunos passaram a noite em vigília, acompanhando os trabalhos de busca.

"Ainda vejo o rosto da minha filha aqui na minha frente, nos meus olhos, na minha mente. Não posso dormir. Estou esperando aqui para vê-la de novo", disse uma mulher que se identificou apenas como Imelda e disse que a filha se chama Yolanda e tem 12 anos. "Ela é uma boa filha e é muito inteligente. Eu realmente amo ela. Por favor, Deus, ajude-a."

A Unicef, agência das Nações Unidas para a infância, estima que 33% dos desabrigados são crianças. "Eu já estive em outros terremotos aqui antes, mas este foi o pior. Há sangue por toda parte e pessoas com membros amputados. Vimos os prédios ruindo e as pessoas morrendo", disse o americano Greg Hunt

O tremor principal foi sentindo na Malásia e em Cingapura. Ao longo da noite (quarta-feira à tarde no Brasil), réplicas de até 6,8 graus foram sentidas, aumentando o temor de novos desabamentos e deslizamentos.

Repórteres da agência de notícias Reuters disseram que ainda não há sinal de nenhuma grande operação de distribuição de alimentos sendo realizada em Padang. Segundo eles, o combustível disponível na ilha - necessário não apenas para mover os automóveis, mas também para os geradores de energia que ainda mantêm os hospitais funcionando - está terminando. Um dos sinais da escassez de água potável e alimentos é a ocorrência dos primeiros saques a lojas e supermercados.

Ajuda
O governo ordenou que todos as instalações militares indonésias mobilizem-se para ajudar na remoção dos escombros. O ministro da Economia da Indonésia, Sri Mulyani, disse ter alocado US$ 25 milhões para um fundo de ações emergenciais. "Estamos sobrecarregados com as vítimas, a falta de água potável, de eletricidade e de telecomunicações", disse o prefeito de Padang, Fauzi Bahar. "Realmente precisamos de ajuda. Pedimos que as pessoas venham a Padang para retirar os corpos e ajudar os feridos."

A tragédia desta semana lembra o terremoto seguido de tsunami que matou 230 mil pessoas em 11 países em dezembro de 2004. Do total de mortos, 168 mil eram indonésios.

(O Estado de S. Paulo, com informações de AP, Reuters e AFP, 02/10/2009)


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