Criado há dois meses, o programa GNV: Sinal Verde para a Economia aumentou tanto o número de conversões de gaúchos para o gás natural veicular (GNV), que o Rio Grande do Sul assumiu a segunda colocação em número de conversões no País. O Estado ultrapassou São Paulo e está atrás apenas do Rio de Janeiro.
A média mensal que era de 50 veículos convertidos aumentou para 300, no mês de agosto. O dado do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) é reflexo do resultado das ações promovidas pela Sulgás em parceria com a rede de postos de GNV e convertedores gaúchos. “A iniciativa tornou-se referência no Brasil. Existem outros programas no País, mas nenhum deles envolvendo tantos agentes”, analisa o diretor técnico-comercial da Sulgás, Flávio Ricardo Soares.
Segundo ele, com a renovação do programa, a meta é superar a média mensal de 500 veículos adaptados ao combustível até o final do ano. Para isso, além da prorrogação da promoção do bônus de 400 metros cúbicos e do desconto de 10% na conversão, a segunda fase também conta com um benefício a mais para quem aderiu ao programa no período entre 1 de julho e 31 de agosto. Trata-se da promoção Cliente Sinal Verde, onde os primeiros 500 consumidores que indicarem um amigo, conhecido ou parente para realizar a conversão ganharão mais 40 metros cúbicos de GNV.
“A nova bonificação é uma forma de reconhecimento ao usuário que acreditou no nosso programa. Sabemos que a vantagem econômica é o principal atrativo, mas queremos divulgar e conscientizar as pessoas do apelo ecológico que o gás natural tem no que diz respeito à redução dos níveis de poluição”, destaca.
Outro benefício é um convênio entre a Sulgás e o Banco do Brasil para oferta de linhas de crédito a empresas convertedoras credenciadas pela Sulgás e seus respectivos clientes - pessoas físicas e jurídicas. A iniciativa visa a ampliar o acesso ao combustível e oportunizar aos convertedores a expansão de seus investimentos. Atualmente, existem 70 postos de abastecimento de GNV no Rio Grande do Sul e o valor da conversão fica entre R$ 2,7 mil a R$ 3 mil.
Na opinião do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Veículos e de Peças e Acessórios para Veículos no Estado do Rio Grande do Sul (Sincopeças-RS), Milton Gomes Ribeiro, o mais significativo foi a guinada que a campanha produziu no mercado, principalmente para taxistas e empresas com grandes frotas. “De um momento altamente negativo no setor, onde o número de conversões estava estabilizado, passamos a outro de revitalização do segmento de GNV no Estado”, analisa ele.
Brasil e Argentina contratam compra e venda de eletricidade
A Eletrosul, Eletrobrás e a empresa argentina Empreendimentos Binacionales S/A (Ebisa) assinam nesta sexta-feira, em Buenos Aires, um contrato para intercâmbios de energia por meio da Conversora de Frequência de Uruguaiana, da Eletrosul. Pelo acordo, a empresa brasileira disponibilizará uma conversora de 50 MW, localizada na fronteira entre os dois países, para a comercialização de energia interruptível (que só pode ser vendida se estiver ociosa).
Segundo o diretor de Operação da Eletrosul, Antônio Waldir Vituri, a autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) permite exportação e importação de energia, mas inicialmente somente a Argentina, que enfrenta déficit energético, comprará o produto gerado no Brasil. O contrato tem validade até o final de 2009, mas durante a sua assinatura já deverá ocorrer a prorrogação por mais um ano. A ação tem apoio do governo federal, dentro da visão de integração energética da América Latina. “Neste momento o Brasil está com sobra de energia. Futuramente até poderá ocorrer importação, mas hoje é a Argentina que está com carência”, explica.
Conforme ele, já existiam acordos entre os governos brasileiro e argentino para intercâmbio energético em situações emergenciais - com empréstimo e devolução -, mas não em caráter comercial. “Agora eles pagarão por isso. Vejo muitas vantagens porque será uma operação de exportação normal, com todos os tributos e benefícios inerentes a esse tipo de comercialização”, avalia.
O contrato será assinado pelo presidente da Eletrosul, Eurides Mescolotto, pelo diretor de Gestão Administrativa e Financeira, Paulo Afonso Vieira, e o diretor de Operação, Antonio Vituri. Do lado argentino, assinam o secretário de Energia do governo, Daniel Cameron, o presidente da Ebisa, Edgardo Luravel, o vice-presidente da empresa, Hermínio Sbarra, e a diretora Susana Sanz.
(Por Marcos Giesteira, Correio do Povo, 02/10/2009)