O presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP), João Carlos de Luca, voltou nesta terça (29/09) a criticar a criação da Petro-sal e de operação única da Petrobras que será adotada no novo marco regulatório do pré-sal. De acordo com ele, a operação única não é vantajosa nem mesmo para a própria Petrobras, que fica obrigada a atuar em campos que poderiam não ser do seu interesse.
“Existe uma área muito rica [em óleo] em que ela está atuando. E existe uma área que nós nem sabemos ainda o que tem. Se nessa área desconhecida ainda houver um campo menor, ela será obrigada a desviar esforços do outro campo que tem mais produção para atuar naquele menor”, explicou de Luca.
Sobre nova estatal que será criada para gerenciar os contratos de partilha da União com as empresas produtoras, o presidente do IBP alegou ela nasce com poder desproporcional aos riscos do negócio. “Há um desequilíbrio. Ela tem um poder que não é compatível com o nível de riscos que os investidores estão assumindo, inclusive a Petrobras”, afirmou.
Apesar disso, de Luca não descartou o interesse que as empresas privadas terão na exploração do pré-sal. Segundo ele, esses fatores “limitam esse interesse, não excluem”. A vantagem de entrar na exploração, de acordo com ele, será medida por cada empresa separadamente.
(Por Mariana Jungmann, com edição de João Carlos Rodrigues, Agência Brasil, 29/09/2009)