O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou nesta terça (29/09) que “forças demoníacas” estão tentando impedir a construção da Usina de Belo Monte, no Rio Xingu. Segundo ele, organizações não governamentais estão entre os agentes “que procuram impedir a construção de uma usina dessa magnitude e dessa importância para o futuro do Brasil”.
Lobão participou da abertura do 6º Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase 2009), e assegurou que Belo Monte não pode ficar para depois. Na avaliação do ministro, o atraso de Belo Monte pode acarretar na necessidade de substituição por térmicas a carvão ou a diesel, que são mais caras e poluentes. “Nós não queremos isso.” Ele admitiu que as usinas nucleares são outra opção para o país, mas que a construção demanda mais tempo.
O ministro trabalha com a perspectiva de realizar o leilão de Belo Monte em novembro. Caso isso não ocorra, o início das obras poderá sofrer atraso de um ano. “Nós não podemos nos dar ao luxo de perder um ano na construção dessa usina.”
Segundo Lobão, várias construtoras estão interessadas em participar do leilão. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar os investidores que participarão do processo. “O governo deseja que haja competição. Nós temos que ter, pelo menos, dois consórcios competindo”. O ministro defendeu ainda o estudo realizado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que indicou custos de R$ 16 bilhões para Belo Monte, valor considerado elevado pelo setor privado. O assunto está no Tribunal de Contas da União para avaliação dos cálculos.
Lobão lembrou que as empresas tinham o mesmo discurso em relação à Usina de Jirau. “Que não se faria a usina com menos de R$ 120 a R$ 130 o megawatt/hora. E o que aconteceu? Ficou pela metade do que o setor privado dizia”, afirmou.
(Por Alana Gandra, com edição de Lílian Beraldo, Agência Brasil, 29/09/2009)