A Petrobras vai iniciar na primeira quinzena de outubro os primeiros testes de reinjeção de CO2 (gás carbônico) em grandes volumes nos campos de produção. Será o primeiro passo para a estatal reduzir as emissões do gás contido nos reservatórios na atmosfera, que serão ainda maiores na camada pré-sal.
O teste será feito no campo de Miranga, na Bahia, e, segundo a gerente executiva de Exploração e Produção da companhia, Solange Guedes, já vinha sendo planejado antes das descobertas na camada pré-sal. Ela disse que a ideia é utilizar o sistema e a técnica nas unidades de produção no pré-sal. O projeto piloto de Tupi, previsto para ser iniciado no ano que vem, também terá um sistema de reinjeção de CO2.
'Se houver uma grande quantidade de CO2, isso tem que ser visto como uma oportunidade, não como problema', afirmou, em palestra na Câmara de Comércio Britânica (Britcham), no Rio. Sem dar muitas explicações sobre o projeto, a gerente observou que o CO2 será levado por meio de um duto, diretamente de uma empresa situada no Recôncavo Baiano. Ela acrescentou que, caso os resultados correspondam às expectativas da Petrobras, a reinjeção de CO2 será estendida a outros campos, mesmo que não estejam no pré-sal.
Solange Guedes lembrou que algumas empresas já utilizam esse expediente no mundo, como a StatoilHydro. O objetivo, ao se reinjetar CO2, além de reduzir as emissões na atmosfera, é direcionar o oleo ou o gás remanescente aprisionado nas camadas geológicas mais profundas para poços produtores e aumentarem a recuperação de hidrocarbonetos nos reservatórios.
(Por Cirilo Junior, Folha Online, 29/09/2009)