Ilhados há dois dias, os moradores da Prainha de Paquetá, bairro Mato Grande, em Canoas, começaram a deixar suas casas. O acesso à região, interditado desde segunda-feira (28/09) para carros, era possível ontem apenas por barcos. 'O nível do Sinos e o do Jacuí subiu muito. Acreditamos que a maioria dos moradores terá que deixar a área se a água não baixar', avaliou o coordenador da Defesa Civil de Canoas, Mauro Guedes, que vistoriou a região de barco.
Além de uma mulher e de cinco crianças, um idoso deixou o bairro. 'Como morava sozinho e estava doente, aceitou ser levado para a casa de parentes', lembrou Guedes. Mais algumas famílias deverão sair da Prainha até o início da manhã de hoje. Mesmo assim, há resistência. 'Eles têm medo de saques ou de perder o pouco que resta', disse o coordenador da Defesa Civil. Como a maioria dos moradores vive da pesca, os prejuízos são maiores.
'Estamos sem trabalho e na expectativa de que a situação melhore, senão perderemos móveis e ficaremos sem dinheiro', relatou o pescador José Aldino. Para a aposentada Alzira Machado, a preocupação é com a mudança dos ventos, possibilitando o avanço das águas. Ela conta que passou a noite acordada com medo que a lama invadisse a casa.
(Correio do Povo, 30/09/2009)