A Indonésia, o terceiro maior emissor de gases do efeito estufa, por causa do desmatamento de florestas tropicais, finalmente divulgou seu plano nacional contra o aquecimento global. O presidente indonésio Susilo Bambang Yudhoyono anunciou na semana passada, na reunião com o G-20, que seu país cortará as emissões em 26% até 2020, da curva de crescimento que se projeta para o futuro. Segundo ele, a taxa de corte pode ser de 41% caso os países industrializados financiem o processo.
Esse tipo de anúncio tem se tornado comum entre os países em desenvolvimento. Significa que existe um comprometimento de, num primeiro momento, cortar a taxa de crescimento das emissões - não as reduzir efetivamente. Eles invocam o princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada, pelo qual os países pobres têm o direito de enriquecer às custas do planeta por algum tempo, enquanto os ricos precisam migrar já para uma economia de baixo carbono.
Para a Indonésia, enriquecer significa neste momento cortar as árvores e queimar a turfa, um tipo de vegetação alagada, para produzir óleo de dendê para os mercados europeu e asiático.
Sobre o plano climático, cabe saber como exatamente o governo pretende atingir esse objetivo. A Indonésia não tem um sistema de monitoramento sistemático de suas florestas como tem o Brasil - e, na verdade, nunca teve interesse de desenvolvê-lo, uma vez que é mais fácil esconder o crime quando não se sabe exatamente quão bárbaro ele é.
(Blog do Greenpeace, 29/09/2009)