Em levantamento de novas áreas para a conservação da biodiversidade, pesquisadores do Museu Paraense Emilio Goeldi detectaram planta incomum no nordeste do Pará
Durante expedição aos municípios de Mocajuba e Igarapé-Miri, no nordeste do Pará, os pesquisadores do MPEG Leandro Ferreira, Samuel Almeida e Luiz Carlos Lobato observaram ocorrência de uma espécie de planta insetívora na região, cientificamente conhecida como Drosera cayennensis Sagot. Ex Diels.
A espécie é popularmente conhecida como uma planta carnívora e pode ser encontrada em vegetações abertas, como campinas, cerrados e campos de altitude. Segundo Leandro Ferreira, da Coordenação de Ciências da Terra e Ecologia da instituição, o termo apropriado para esta planta é insetívora. “Ela tem pêlos recobertos com uma substância viscosa, usada para atrair e prender insetos que servem para sua alimentação, explica o pesquisador”.
Além disso, a descoberta da Drosera cayennensis Sagot. Ex Diels na região é importante para reforçar a necessidade da preservação dessas vegetações no Pará. “Isso será possível por meio da criação de novas unidades de conservação que estamos propondo aos gestores públicos”, complementa o pesquisador Leandro Ferreira.
Os pesquisadores foram às cidades de Mocajuba e Igarapé-Miri para realizar inventários sobre a vegetação dos cerrados e campinas no leste do Pará. Esses inventários fazem parte do Projeto Zoneamento Ecológico-Econômico da Zona Leste e Calha Norte realizado pelo MPEG, em parceria com a Secretaria Especial de Projetos Especiais do Estado do Pará.
Outras expedições já foram realizadas em alguns municípios do Pará com o objetivo de conhecer mais sobre os tipos de vegetações abertos no estado para subsidiar a criação de novas unidades de conservação. Durante as visitas aos municípios de Mocajuba e Igarapé-Miri, os pesquisadores constataram que a região está se deteriorando devido à intensa retirada de areia e seixo para a construção civil.
Segundo o pesquisador Samuel Almeida, da Coordenação de Botânica do MPEG, a situação da vegetação de cerrados e campinas no Estado é preocupante. As vegetações que ocorrem em solo que sofre inundações periódicas, já foram, segundo Almeida, “completamente destruídas em outras regiões do Estado”, como no distrito de Mosqueiro e no município da Vigia.
(Scientific American Brasil, 28/09/2009)