O movimento indígena do Equador, que nos últimos doze anos participou na queda de dois presidentes, se manifestou nesta segunda-feira (28/09) montando barricadas nas rodovias para protestar contra as políticas de governo de Rafael Correa, enquanto que a força pública protegia instalações estratégicas.
A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) convocou a manifestação por tempo indeterminado para protestar contra a política de governo sobre petróleo, minas e água. Os manifestantes se concentraram a partir da meia noite de domingo em vários trechos da Pan-americana Norte, que leva à fronteira com a Colâombia, montando bloqueios com pedras, troncos e pneus incendiados para interromper o tráfego.
As forças armadas, por sua vez, estão se posicionando em áreas estratégicas, como instalações petroleiras. Este é o primeiro protesto indígena enfrentado por Correa em seu segundo mandato, que teve início em 10 de agosto passado.
Rafael Correa, por sua vez, classificou o movimento de completo fracasso, mas insistiu no diálogo com os manifestantes. "O levante foi um completo fracasso, mas faço novamente um apelo à unidade. Com os companheiros indígenas há muito mais o que nos une do que o que nos separa", declarou o presidente à imprensa.
"Nós queremos que o senhor presidente nos receba. Vimos que ele dialogou com outros setores, mas ainda não conseguimos falar com ele nem ter uma reunião para tratar dos temas em questão", declarou, por sua vez, o líder indígena Humberto Cholango ao canal Ecuavisa.
(AFP / UOL, 29/09/2009)