Pesquisadores europeus anunciaram nesta segunda-feira (28/09) a descoberta da origem do terremoto que matou quase 300 pessoas e destruiu uma cidade medieval na Itália em abril, e alertaram que a região pode sofrer novos tremores.
Os especialistas usaram sensores remotos e outros métodos para atribuir o terremoto de magnitude 6,3 à falha de Paganica, a nordeste da cidade de L'Aquila. A falha era considerada menos perigosa do que outras falhas geológicas, disseram os pesquisadores em artigo na revista Geophysical Research Letters.
"Os cálculos de estresse estático mostram que o terremoto transmitiu mudanças de estresse em outras falhas ativas vizinhas, deixando várias delas, mais notavelmente as falhas de Montereale e Campotosto, mais perto da quebra", escreveu a equipe liderada por Barry Parsons, da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, e por um grupo do Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia, de Roma.
De acordo com o artigo, isso "continua a representar um risco sísmico na região."
O terremoto de abril devastou L'Aquila, capital da região de Abruzzo, e várias localidades próximas, matando 297 pessoas, ferindo cerca de mil e deixando 66 mil desabrigadas.
Os pesquisadores basearam seus cálculos em duas técnicas --um tipo de interferometria por radar e a sismologia das ondas corpóreas-- junto ao uso de sensores remotos e mensurações de campo.
As duas falhas mais perigosas ficam próximas das cidades italianas de Campotosto e Amatrice, disseram os cientistas, acrescentando que elas podem ter provocado os fortes tremores secundários três dias depois do terremoto principal.
(Reuters, UOL, 29/09/2009)